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[Archport] Faleceu Irisalva Moita

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>, "museum" <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Faleceu Irisalva Moita
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Fri, 10 Jul 2009 14:53:15 +0100

 
----- Original Message -----
Sent: Friday, July 10, 2009 2:44 PM
Subject: em memória

Caro José d ' Encarnação

Envio este texto que gostaria que divulgasse, em memória de uma grande investigadora e de uma grande senhora

Obrigada, Cristina Horta

 

Em Memória de Irisalva Moita

Tive conhecimento pelo Expresso que tinha falecido Irisalva Moita. Uma notícia simples e curta. Faleceu a 13 de Junho mas por seu pedido expresso só foi noticiado a 23 do mesmo mês. Soube também que existiu um obituário de Luís Miguel Queirós, um texto de Pedro Picoito, bem como uma referência do Centro Nacional de Cultura.

Fiquei à espera de mais notícias, de artigos de fundo e até de uma homenagem. Estive atenta à imprensa, mas em vão.

Pela profunda admiração e amizade que sempre devotei a Irisalva,  não podia deixar de a recordar através de uma breve referência  que depois possa ser retomada e continuada por aqueles que com ela privaram e que sintam o mesmo desejo de fazer justiça a quem muito fez e de forma tão generosa.

Irisalva Moita foi Directora dos Museus da Cidade de Lisboa, uma grande investigadora da Olisipografia  e, muito em especial, de Rafael Bordalo Pinheiro. Deixou-nos mais de cem artigos, alguns acessíveis na net, nomeadamente sobre Rafael e a Caricatura, (texto de uma conferência que proferiu no Museu de José Malhoa, em 1987)  e sobre Rafael Bordalo Pinheiro e as personagens do seu tempo.

Coordenou importantes exposições, ainda hoje de referência, ?O Culto de Sto. António, na região de Lisboa?, ?Lisboa e o Marquês de Pombal? e ?Lisboa Quinhentista. A imagem e a vida na cidade?  Azulejos de Lisboa ( 1984) e ?Faianças de Rafael Bordalo Pinheiro? (1985).

?As inúmeras publicações, como ?O Livro de Lisboa?, ou as escavações arqueológicas, de que é pioneira em contexto urbano, realizadas no Teatro Romano de Lisboa, Hospital Real de Todos-os-Santos e Necrópole Romana na Praça da Figueira, entre outras, constituem alguns dos seus muitos contributos para o estabelecimento da História de Lisboa.?

Trabalhou empenhadamente pelo Património, com sentido de missão e com muito amor. Irisalva tinha largos horizontes e todo o tempo era pouco para estudar e acautelar  os azulejos, os edifícios, a memória. Desenvolveu um trabalho de grande seriedade intelectual e destacou-se por um carácter forte e de grande verticalidade. Foi um exemplo e não deve ser esquecida.

A 18 de Maio de 2008, Dia Internacional dos Museus, foi-lhe outorgada a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Deixo o repto aos responsáveis para que seja feita uma homenagem à Irisalva, não que isso lhe importasse verdadeiramente, mas reconcilia-nos a todos com o sentido de justiça.

 

 


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