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Sent: Friday, July 10, 2009 2:44 PM
Subject: em memória Tive conhecimento pelo Expresso
que tinha falecido Irisalva Moita. Uma notícia simples e curta. Faleceu a 13 de
Junho mas por seu pedido expresso só foi noticiado a 23 do mesmo mês. Soube
também que existiu um obituário de Luís Miguel Queirós, um texto de Pedro
Picoito, bem como uma referência do Centro Nacional de
Cultura. Fiquei à espera de mais notícias,
de artigos de fundo e até de uma homenagem. Estive atenta à imprensa, mas em
vão. Pela profunda admiração e amizade
que sempre devotei a Irisalva, não podia deixar de a recordar através de
uma breve referência que depois
possa ser retomada e continuada por aqueles que com ela privaram e que
sintam o mesmo desejo de fazer justiça a quem muito fez e de forma tão
generosa. Irisalva Moita foi Directora dos
Museus da Cidade de Lisboa, uma grande investigadora da Olisipografia e, muito em especial, de Rafael Bordalo
Pinheiro. Deixou-nos mais de cem artigos, alguns acessíveis na net, nomeadamente
sobre Rafael e a Caricatura, (texto de uma conferência que proferiu no Museu de
José Malhoa, em 1987) e sobre
Rafael Bordalo Pinheiro e as personagens do seu
tempo. Coordenou importantes
exposições,
ainda hoje de referência, ?O Culto de Sto. António, na região de Lisboa?,
?Lisboa e o Marquês de Pombal? e ?Lisboa Quinhentista. A imagem e a vida na
cidade? Azulejos de Lisboa ( 1984)
e ?Faianças de Rafael Bordalo Pinheiro? (1985). ?As inúmeras publicações, como ?O
Livro de Lisboa?, ou as escavações arqueológicas, de que é pioneira em contexto
urbano, realizadas no Teatro Romano de Lisboa, Hospital Real de Todos-os-Santos
e Necrópole Romana na Praça da Figueira, entre outras, constituem alguns dos
seus muitos contributos para o estabelecimento da História de
Lisboa.? Trabalhou empenhadamente pelo
Património, com sentido de missão e com muito amor. Irisalva tinha largos
horizontes e todo o tempo era pouco para estudar e acautelar os azulejos, os edifícios, a memória.
Desenvolveu um
trabalho de grande seriedade intelectual e destacou-se por um carácter forte e
de grande verticalidade. Foi um exemplo e não deve ser
esquecida. A 18 de Maio de 2008, Dia
Internacional dos Museus, foi-lhe outorgada a Medalha de Ouro da Cidade de
Lisboa. Deixo o repto aos
responsáveis para que seja feita uma homenagem à Irisalva, não que isso lhe
importasse verdadeiramente, mas reconcilia-nos a todos com o sentido de
justiça. |
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