[Archport] AE 2006

[José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>]

L?Année Épigraphique 2006

 

            Está em distribuição (foi publicado com data de Agosto de 2009) a revista L?Année Épigraphique ( = AE), relativa a 2006. ISBN: 978-2-13-057246-6; ISSN: 0066-2348.

 

            Dirigida por Mireille Corbier e editada pelas Presses Universitaires de France (www.anneeepigraphique.msh-paris ), a revista tem por objectivo dar a conhecer e comentar sucintamente todos os documentos epigráficos romanos publicados no ano a que diz respeito (neste caso, 2006). Privilegia, naturalmente, os documentos inéditos, mas faz referência também a novas leituras e a publicações que tenham os documentos epigráficos como fonte principal.

 

            Deveras volumoso ? bastante mesmo, se o compararmos com os anteriores ? contém, nas suas 974 páginas, o apanhado dessa documentação por ordem geográfica (das províncias romanas), o que totaliza 1873 entradas, que não correspondem, porém, a igual número de inscrições, pois que também às publicações são atribuídos números e, por vezes, sob um número há mais do que uma inscrição. De qualquer modo, saliente-se que assim fica bem patente a extraordinária importância que a epigrafia hoje detém como fonte histórica primordial para o estudo da época romana nos seus mais variados aspectos.

 

            No que concerne às Províncias Ibéricas (p. 219-297, nº^s 528-698), depois de um capítulo de generalidades (nn. 528-555), em que se faz referência às obras que tratam de aspectos comuns a toda a Península, a Lusitânia tem os números 556-627, a Bética 628-656 e a Hispânia Citerior os números 657-698. Realce, nesta última, para mais uma placa de bronze, identificada perto de Saragoça (nº 676), que é miudamente analisada, dada a sua real importância, pois se trata do regulamento que «organiza o ano agrícola no que respeita aos trabalhos colectivos de irrigação a partir do canal do rio Ebro, incluindo a manutenção dos canais adutores e as provisões de água por parte dos habitantes de dois ou três pagi das cidades de Caesarugusta e de Cascantum», sendo datável verosimilmente do tempo do imperador Trajano.

 

            Após a tábua das abreviaturas bibliográficas usadas (p. 757-764), seguem-se as tábuas analíticas (p. 765-972), onde, para além da bibliografia, se encontram pormenorizados índices epigráficos, extremamente completos e guia precioso para utilização do volume, assim como a tábua de concordâncias dos números da revista com os das epígrafes citadas noutras publicações.

 

José d'Encarnação