Caros colegas: A Dryas Arqueologia, irá promover nos próximos dias
27 e 28 de Novembro, em Coimbra, o curso Plano de Formação Dryas
"Arqueologia do Edificado". Aproveitamos este espaço para fazer uma primeira
apresentação do curso, cujas inscrições e conteúdos lectivos serão
anunciados nos próximos dias. Com os melhores
cumprimentos, Dryas Arqueologia
Lda.
Rua Aníbal de Lima, 168
3000-030 COIMBRA
telef. 239 834 157; fax. 239 834 045
1ª
Circular_Plano de Formação Dryas ?Arqueologia do Edificado?
Objectivos do curso
O PdF?Arqueologia do Edificado? pretende
constituir-se como um espaço de formação nesta área de investigação emergente no
quadro da Arqueologia nacional. O objectivo deste curso Dryas será o de fornecer uma
imagem global do âmbito da disciplina, assim como elementos de base
relativamente à sua conceptualização e às metodologias de trabalho utilizadas.
Para tal, reunirá um conjunto de investigadores /
formadores cujo trabalho nos seus domínios específicos tem sido relevante para o
desenvolvimento da disciplina em Portugal. Destinatários do curso
Integrado no PDF Dryas?09 (Plano de Formação regular da Dryas para o ano de 2009) o este curso Arqueologia do Edificado está aberto à participação quer de estudantes, quer de profissionais das áreas da Arqueologia e do património histórico e arquitectónico que queiram reforçar as suas competências técnicas nesta área específica das ciências do património histórico. Fundamentação
do Curso
Do conceito de ?património histórico? à protecção da
memória histórica
A evolução recente do método e objectivos da História produziu uma mudança fundamental do conceito de ?património histórico?, que já não pode reduzir-se ao ?património monumental?, conceito mais marcado pela materialidade do ?monumento? do que pelo seu significado histórico. Ora, precisamente, património perde hoje a carga original de monumentalidade, substituída pelo significado enquanto fundamento de valor. Em consequência desta explosão da noção de ?monumento?, os ?patrimónios? merecedores de preservação multiplicam-se: o que actualmente se torna digno de preservação não é apenas um particular valor estético, mas também uma multitude de outros ?valores?. Funda-se neste movimento a justificação da figura dos centros históricos, cujo objectivo essencial não se limita à mera intervenção arquitectónica, exigindo também o respeito por uma dimensão de profundidade histórica que lhes confere a sua particular dignidade. Neste sentido, a recuperação dos centros históricos não pode fazer-se sem um investimento decidido no estudo da história do seu urbanismo, capaz de recuperar a ?espessura? histórica da sua ocupação. Desenvolvimento da Arqueologia do
edificado
Em consequência, a Arqueologia do edificado ? também dita ?Arqueologia vertical?, ou ?Arqueologia da arquitectura? ? é hoje por toda a Europa uma disciplina extremamente activa, com inovações metodológicas e tecnológicas particularmente consequentes nos últimos anos e com um contributo inequívoco para a compreensão da evolução dos centros urbanos. Com efeito, a interpretação do edificado actual constitui, frequentemente, um elemento decisivo para a compreensão das observações feitas a partir do registo arqueográfico a cota negativa e da evolução urbanística da área envolvente. Tal é especialmente evidente no caso de intervenções em centros históricos de cidades, corpos complexos que resultam, invariavelmente, de uma sucessão de ocupações e intervenções distintas ? quer sobre edifícios individuais, quer sobre conjuntos de edifícios ? cuja geometria e funcionamento varia profundamente ao longo da história. Pese embora ainda relativamente incipiente em Portugal, também no nosso país esta disciplina tem vindo a desenvolver-se progressivamente, ultimamente mesmo em contextos de Arqueologia de salvamento. Metodologia
O trabalho arqueológico de caracterização dos conjuntos edificados parte, em primeiro lugar, da observação in loco dos materiais de construção, aparelhos e técnicas construtivas e das relações estratigráficas entre as diferentes unidades de construção, materializadas numa sequenciação crono-estratigráfica objectiva, realizada com base nos princípios do método estratigráfico. Com base neste trabalho de análise produz-se uma descrição das diferentes unidades estruturais e paramentais estratigraficamente contextualizada por relações objectivas de cronologia relativa, a partir das quais se procede ao faseamento dos sucessivos momentos e ritmos de construção, destruição e reconstrução do conjunto até ao momento actual. Esta primeira fase de trabalho consiste numa interpretação objectiva do edificado que não dispensa o concurso de um conjunto de trabalhos acessórios para dar resposta às questões relativas à compreensão deste objecto enquanto produto histórico, social e cultural. Tais questões exigem uma profunda integração multidisciplinar das vertentes da Arqueologia; da Arquitectura; da caracterização físico-química dos elementos construtivos e proveniência dos materiais; e, finalmente, da investigação documental, condição sine qua non de sucesso de um trabalho de Arqueologia do edificado. É indispensável o estudo aprofundado dos elementos histórico-arqueológicos da área urbana envolvente baseado na análise dos acervos documentais existentes, recorrendo-se, sistematicamente, aos diversos suportes de informação disponíveis (fotografia, imprensa escrita, etc.) e, sempre que possível, ao registo arqueográfico a cota negativa. Pese embora a realização de trabalhos com impacto físico directo sobre os edifícios (como picagens pontuais ou mesmo desconstruções parciais) deva avaliar-se criteriosamente, sem a remoção judiciosa e controlada de alguns elementos, sobretudo dos revestimentos das paredes, é frequentemente impossível produzir as observações necessárias para a compreensão da evolução arquitectónica do conjunto, nomeadamente no que respeita à caracterização tipológica, funcional e cronológica dos materiais de construção utilizados, aparelhos, paramentos e outros elementos associados. A recolha de amostras de materiais de construção, rebocos, madeiras e pregarias e outros elementos construtivos e arquitectónicos, bem assim como o registo gráfico, topográfico e fotográfico de pormenor da realidade arquitectónica observada (através de perfis, plantas e esquemas construtivos) são igualmente fulcrais, a fim de documentar as realidades históricas concretas observadas e construir um catálogo diacrónico de materiais e técnicas de construção cronologicamente contextualizado, factor decisivo para as opções a tomar em sede de recuperação dos edifícios. |
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