Re: [Archport] A destruição do património arqueológico

[jarnaud@sapo.pt]

Caro Francisco,

Em resposta ao teu oportuno repto, informo que a AAP está a preparar a elaboração de um Livro Branco da Arqueologia Portuguesa, mais orientado para uma sistematização e diagnóstico dos principais problemas que afectam a actividade arqueológica, e para o encontrar de soluções, a implementar de imediato e a apresentar às entidades da tutela, para o qual contamos com a participação dos seus principais protagonistas, do ensino ao mundo do trabalho, dos museus ao Estado, passando pelas autarquias, as associações locais, as organizações profissionais, etc.

Dentro em breve divulgaremos mais pormenores sobre esta iniciativa.

Quanto ao Livro Negro que propões, mais orientado para a análise de casos concretos de destruição de património,  acho que é uma iniciativa que se pode enquadrar perfeitamente, como elemento autónomo e complementar, contando para já com a tua participação, bem como a de todos os interessados que tenham conhecimento concreto de situações de destruição ocorridas em 2009.

Tendo sido precursores, há cerca de 35 anos, da tentativa de implementação em Portugal de uma arqueologia de preventiva e de salvamento, será com o maior prazer que espero poder voltar a contar com a tua participação activa neste projecto, agora que as nossas obrigações oficiais nos libertaram mais para uma intervenção cívica que nunca abandonámos, e que continua a ser cada vez mais necessária.

Um grande abraço do

José Morais Arnaud





Citando Francisco Lemos <sandelemos@gmail.com>:

Ao longo deste último ano, para quem consultou a Archport, encontrou numerosas notícias sobre destruições de património arqueológico, por vezes "legalizadas" pelas entidades da tutela. Ou acerca de projectos com graves consequências, designadamente promovidos pelas instâncias a quem compete defender os sítios arqueológicos. Do Minho ao Algarve...O ano de 2009 parece assim ter sido um ano negro.

 

Se o Governo não é capaz de estabelecer uma política coerente, se as entidades da tutela revelem timidez perante os poderes económicos, cumpre aos portugueses movimentaram-se para que 2010 não seja um ano ainda pior. Nesse sentido sugeria que a Associação dos Arqueólogos Portugueses preparasse até ao final do mês de Janeiro de 2010 um Livro Negro do Património Arqueológico a ser divulgado na Comunicação Social e entregue aos orgãos de Soberania.

 

Sugeria também que fosse criada uma lista de sítios relevantes ameaçados por acções ou projectos, devidamente actualizado e disponível na Net.  

 

Saudações,

 

Francisco Sande Lemos