[Archport] Grandes confusões

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Bem, eu sou daqueles que pensa e vai propagando a ideia de que a quase extinção do ensino do Latim em Portugal é responsável por grande parte do débito que se pode registar no ensino e no qualificado uso da Língua Portuguesa. Não vou aqui explicar porquê, alguém me mandaria calar. Rgisto apenas que o Latim foi até há umas centenas exíguas de anos e durante muitas a língua de comunicação de um dado espaço global etnocênrico. Sobre a língua dos lusitanos não me pronuncio, porque não sei o que tenham sido, só sei o que os greco-romanos contaram sobre eles, em Grego ou em Latim. Provavelmente até foram sua invenção...

É óbvio que não vamos todos desatar a falar aqui Inglês. Eu ficaria excluído porque o falo mal. Os caros amigos exaltariam, porque estão fartos de mim.

Mas, relendo o depoimento do Professor Vitor Oliveira Jorge, vejo lá mais qualquer coisa do que o Inglês, porque, quanto a isso, preocupa-me mais a desqualificada utilização do Português. Portanto, surprende-me a cruzada em prol da Língua de Júlio Dinis.

Mas também sei que nunca consigo ver numa coisa o que os outros vêem. Por sarcástica metáfora, há quarenta anos que me interrogo sobre a razão pela qual todos conseguem ver um santo nos painéis de Nuno Gonçalves e continuam a tentar nomeá-lo, quando para mim é óbvio que lá estão dois e gémeos. Enfim...

E insisto em que hoje toda a gente fala, à minha volta, melhor Inglês do que Português.

Assim sendo, avanço com uma proposta e rogo que não me levem a mal, estou apenas a tentar conciliar, indo ao encontro de opiniões aqui já sugeridas.

Todo o arqueólogo, a modo de tirocínio, fosse convocado para copiar, por semana, dez páginas de Uma Família Inglesa. E que a proeza passasse a constar do seu currículo profissional. A sua prestação como arqueólogo qualficar-se-ia? Não sei. Mas ficaria mais literato.

Haverá alguém, entre os caros amigos, que me possa sugerir a edição portuguesa de daquele excelente monumento que acompanhava a exposição

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Manuel de Castro Nunes