Nos, os arqueologos que trabalhamos em África, já chamamos atenção da revista “National Geographic – Deutschland” que Namibia é um pais independente já 19 anos e tudo o que foi, é e será encontrado nas águas territoriais deste país pertence e pertencerá ao povo namibiano. Todos sabem que ...... os primeiros europeus a desembarcarem e explorarem as costas da Namibia foram os navegadores portugueses Diogo Cão em 1485 e Bartolomeu Dias em 1486, mas a região não foi reclamada pela coroa portuguesa. Na sequência da Conferência de Berlim, em 1885, a Alemanha passou a administrar o território do Sudoeste Africano até a sua derrota na Primeira Guerra Mundial em 1918. Nessa altura, a União Sul-Africana obteve o mandato da Liga das Nações para administrar aquele território, mas não o substituiu por um mandato da ONU, em 1946, ficando ilegalmente a ocupar o território como se fosse uma quinta província. Em 1966, a SWAPO (South-West Africa People's Organisation), um movimento independentista, lançou uma guerra de guerrilha contra as forças ocupantes, mas só em 1988 o governo sul-africano acedeu a terminar a sua administração do território, de acordo com um plano de paz das Nações Unidas para toda a região. A Namíbia tornou-se independente da África do Sul em 1990 (citações de um dos manuais da história - escola primária).
Por isso nem o tesouro português e ainda muito menos alemã, Estimados Senhores!
Ohne abstimmung
Leonardo Adamowicz
Circulo de Interesse do Património Cultural
Maputo, Moçambique
From: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of Alexandre Monteiro
Sent: 11 December 2009 17:54
To: archport
Subject: [Archport] Escolhendo a capa da National Geographic alemã..
Recebi este email de um arqueólogo da Àfrica Austral, um dos que estuda o naufrágio da Namíbia: "Hi all This is called lobbying.... National Geographic Germany has shortlisted the extended version of the story of the "Bom Jesus" as one of three possible articles to feature on the front page of their February issue of the magazine. As usual, they are putting the choice to the vote on the net. The chief editor still has the final say, but every little bit helps. So, PLEASE use the attached link to go to the NG site, where you will see the three covers. Select the one with the ship on it, and then click on "Abstimmen" - which is "vote" in German. You will then see the latest score. We are currently leading, but that can change, so please vote - and please get all your friends to vote as well. Thanks!" http://www.nationalgeographic.de/ng-magazin/cover-abstimmung
PS: o titulo da capa reza: "Um tesouro alemão: investigadores encontram na Namíbia um navio com 500 anos". É óbvio que esta problemática da apropriação daquilo que é "nosso" por outras nações/culturas daria pano para mangas mas, como se trata de património da Humanidade (sim, eu sei que há quem não goste do termo) e não propriamente de um "tesouro português", e como me parece que em Portugal este assunto passou ao lado de outras grandes discussões de inegável interesse público e nacional (como a licenciatura do primeiro-ministro, a pretensa lipoaspiração do técnico do Nacional da Madeira ou o casamento entre indivíduos do mesmo sexo), não me parece de todo despiciendo este apelo, de modo a tornar mais apelativo junto do público de expressão alemã um fragmento do património cultural português (e alemão, já agora).
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