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Re: [Archport] Um depoimento do Prof. Vítor Oliveira Jorge

To :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Subject :   Re: [Archport] Um depoimento do Prof. Vítor Oliveira Jorge
From :   Rui Boaventura <boaventura.rui@gmail.com>
Date :   Thu, 10 Dec 2009 15:12:29 +0000

Para os mais conservadores ou para aqueles com espírito mais aberto à novidade, há uma realidade incontornável que se vem afirmando pelo menos desde o final da 2ª guerra mundial, e mais ainda com o advento da internet e da globalização dos Media. A língua inglesa, nas suas diferentes vertentes globalizou-se no mundo dos negócios (aliás já o era pelo menos desde o século 18), e cada vez mais nos meios científicos. E a República Portuguesa (Portugal) não foge à regra. Uma geração atrás ainda se absorvia muito do que vinha de fora através do mundo francófilo, mas isso tem-se esbatido em prol do inglês. E provavelmente daqui a 4-6 gerações será a vez da língua espanhola se impôr (inclusive nos EUA, que não têm uma língua oficial, e onde isso é uma das preocupações para os herdeiros de uma herança mais anglo-saxónica). É o devir histórico das sociedades.
 
Mas na época actual Vitor jorge tem toda a razão: será através do inglês conseguiremos divulgar mais e melhor o que é feito em Portugal, e dessa forma atrair mais investigação e engrandecer a cultura portuguesa, nomeadamente científica, mas sem que isso signifique abdicar de continuar a utilizar o língua nativa internamente ou complementarmente lá fora (nos abstracts, por exemplo).
 
 E no entanto, sou absolutamente contra aqueles senhores iluminados que querem destruir o português de Portugal, ao querer impor regras sem sentido de um (em bom português)imbecil  Acordo Ortográfico, que irão desvirtuar a nossa herança cultural sob pretexto de uma uniformização, que só beneficiará os bolsos de alguns. É com certeza contra isso que mais me insurjo!!!
 
No mundo anglo-saxónico, cuja língua inglesa é hoje meio franco de comunicação não há acordos idiotas destes. Há o inglês de Inglaterra, o dos EUA, da África do Sul, da Austrália, etc... E no entanto todos se entendem e comunicam, e todos ganham com isso.
 
Rui Boaventura 
 
 

2009/12/8 José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Visão de futuro – urgente!

Portugal é um país de cultura antiga e de imensos atractivos num mundo globalizado, onde o inglês se impõs como a língua de comunicação. A maior parte do conhecimento produz-se e transmite-se hoje em inglês. Até para promover a "cultura portuguesa" é preciso fazê-lo por múltiplas vias, em inglês. Ora, como podem as nossas universidades competir na Europa e no mundo se não fornecerem cursos em inglês, a preços competitivos? Como podem organismos de ensino superior ter páginas web sem versão em inglês, com clara informação sobre os cursos e as suas formas de acesso? Mas as nossas universidades por si nada podem sem a atracção das cidades, porque não se imagina universidades no meio do campo: universidades, cidades, aeroportos são coisas ligadas entre si, e sobretudo são vitais as conexões entre transportes de alta velocidade (as estradas não) e grandes eventos internacionais culturais, que são poderosos atractores. A "cultura" está a mudar, e não necessariamente sempre para pior. Abandonemos a pia lamentação de que tudo se transformou em coisa superficial. Os meios de comunicação e novas cosmovisões são um e o mesmo fenómeno. E é preciso não acompanhá-lo, mas adiantarmo-nos a ele. Como? As nossas cidades ou são centros cosmopolitas, com cultura, arte, ciência, congressos de organismos de ponta, ou são província, ficam fora do mapa. Já era tempo de sermos cada vez mais orgulhosos de Portugal. Promovendo-o em inglês. Acabaram-se os Viriatos da nossa escola primária antiga. O que importa é que venha gente para aqui de todo o mundo criar coisas e que parta gente daqui para em todo o mundo criar coisas. O resto são saudosos de Júlio Dinis. Quem goste dessa paz dos campos leia o autor e/ouça a sinfonia pastoral do Beethoven, magníficas obras, pronto. Mas não fiquemos a ouvir os passarinhos, ou os tecnocratas de vistas a curto prazo. Basta!

Vítor Oliveira Jorge
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