Re: [Archport] Países irmãos?

["Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>]

 

 

É a perversão do sistema.

Enquanto a contratação – e o pagamento – continuar a ser feito directamente entre a entidade dona da obra e o arqueólogo (ou aempresa de impacte ambiental ou de arqueologia) será sempre o património a pagar as favas.

O que deveria ser feito era haver uma taxação por unidades (x metros quadrados de terreno a prospectar valeriam y, com y a variar de acordo com uma série de variáveis relativos ao terreno, ao potencial arqueológico, etc), dinheiro esse que seria entregue logo à partida à tutela antes de ser emitida licença de construção.

Então, a tutela, na posse desse valor, adjudicaria esse contrato de prospecção a empresas/profissionais, com o vencedor a ser escolhido por concurso público, de acordo com critérios de excelência (e não pelos critérios somíticos do valor mínimo, como sói acontecer agora), estando essas empresas/profissionais, escalonados de acordo com os diversos alvarás que detivessem (capacidade para trabalhar em terra, e/ou em água, em ambiente urbano, em necrópoles, etc.).

Essa taxação unitária teria em linha de conta o valor médio necessário para garantir uma remuneração justa e adequada ao profissional, as taxas e os impostos em vigor, o desgaste e amortização do material, o tempo dispendido em investigação prévia e em publicação posterior e seria agravada ou minorada de acordo com factores de correcção (especificidade do terreno, extensão, prazos de execução, etc.)

O mesmo se procederia depois para a escavação/registo, etc.

 

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From: Francisco Lemos [mailto:sandelemos@gmail.com]
Sent: sábado, 23 de Janeiro de 2010 16:58
To: Paulo Monteiro
Cc: archport@ci.uc.pt
Subject: Re: [Archport] Países irmãos?

 

Antipático? No ano passado o jovem arqueólogo Luciano Vilas Boas foi despedido sem mais pela empresa Somague (que já não é Somague e está inteiramente mãos de um grupo espanhol de construção civil), apesar de estar autorizado pelo Igespar a realizar o acompanhamento das obras do novo hospital de Braga. Como seria de esperar as autoridades portuguesas da tutela não obrigaram a empresa espanhola a readmitir o arqueólogo que estava a cumprir as suas funções de acordo com a lei portuguesa. O comportamento das entidades da tutela foi de total abandono da soberania nacional

 

Francisco Sande Lemos

2010/1/23 Paulo Monteiro <pmonteiro@ntasa.pt>

(…). Caso o arqueólogo queira ser correto com a sua função científica e isso venha a retardar os planejamentos da empresa, certamente será um arqueólogo antipático às empresas e, por conseguinte, um desempregado. Portanto, passa a ser praxe entre os arqueólogos profissionais ‘fazer vista grossa’ para com sítios arqueológicos que apresentem obstáculos aos andamentos das empresas e, consequentemente, estes são destruídos sem que sequer seja registrada sua existência (...)

 

 

 

http://www.ancomarcio.com/site/publicacao.php?id=27551

 

 

 

 

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