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[Archport] Construção de cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo denunciada junto da Unesco

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Construção de cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo denunciada junto da Unesco
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Mon, 25 Jan 2010 12:25:00 +0000

Alerta para perigo de destruição de vestígios arqueológicos

Construção de cais de cruzeiros em Angra do Heroísmo denunciada junto da Unesco

Público, 25.01.2010, 12:10


Os vestígios arqueológicos existentes na Baía de Angra do Heroísmo, património mundial situado na ilha Terceira, estão em risco com a construção de um cais de cruzeiros naquele local. O alerta é do arqueólogo subaquático Paulo Monteiro, que apresentou uma denúncia junto da delegação portuguesa na Unesco e do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).


"Toda a baía está classificada como reserva arqueológica subaquática", defendeu Paulo Monteiro, em declarações à Lusa. O arqueólogo recorda que a Baía de Angra do Heroísmo foi um porto de escala de naus e caravelas na época dos Descobrimentos Portugueses, considerando ser "uma zona que não permite obras de construção, por serem ilegais à luz da legislação que o governo regional fez aprovar".

Na Baía de Angra do Heroísmo estão sinalizados vestígios de cerca de 90 naufrágios históricos, tendo sido já identificadas cerca de 20 locais com interesse arqueológico, dos quais dois são parques arqueológicos abertos ao turismo subaquático desde 2006.

Apesar das críticas, o Governo Regional dos Açores reafirmou esta semana a intenção de construir o cais de cruzeiros de Angra do Heroísmo, argumentando que se trata de um empreendimento que "integra a estratégia de futuro" definida para o transporte marítimo de passageiros e para o turismo de cruzeiros nos Açores.

Para respeitar a protecção do Parque Arqueológico da Baía de Angra do Heroísmo, o executivo garantiu que "o estudo prévio do projecto inclui uma campanha de prospecção subaquática para identificação de eventual existência de património arqueológico no local de implantação das novas infra-estruturas portuárias ou na área envolvente".

Apesar destas garantias, Paulo Monteiro, que participou em diversas campanhas de arqueologia náutica nos Açores, alertou que "o pior nem é a construção do cais, mas os efeitos colaterais" que serão provocados pelos motores dos navios. "A potência dos motores destes navios, aliada à forte rotação que serão obrigados a fazer para manobrar, vai escavar os sedimentos e destruir os restos dos naufrágios", frisou o arqueólogo.

Paulo Monteiro salientou que este efeito destruidor, "ainda que mais mitigado", já está a ser provocado pela Marina de Angra do Heroísmo. "A areia está quase toda fora da zona do Portinho, deixando os naufrágios do local a descoberto, o que fará com que não durem muitos mais anos", afirmou.

População local dividida

A construção de um cais de cruzeiros está a dividir a sociedade local, ainda à espera de conhecer melhor o projecto. "É preciso um estudo económico para apurar se é viável, em função do valor previsto para o investimento", defendeu à Lusa o presidente da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, Sandro Paim.

Para este empresário, a "racionalidade dos investimentos" deve sobrepor-se "a decisões que não ponderem a realidade regional", recordando o investimento nas Portas do Mar, em Ponta Delgada, "que é necessário consolidar e fazer crescer". Nesse sentido, considerou ser "fundamental que não se criem estruturas que façam concorrência interna umas às outras na região".

Frontalmente contra o projecto está o ex-director regional dos Assuntos Culturais, Jorge Forjaz, para quem "a baía já está meia destroçada com a construção da marina e mais betão vai acabar de a destruir". 

"Parece-me que existe uma espécie de doença do 'Fontismo', num desespero de construir e não de conservar o que já existe, aumentando a qualidade de vida", defendeu.

Para Jorge Forjaz, haverá "dificuldades para responder a dois ou três mil turistas, quer para os alimentar, quer para os transportar".

"Não há restaurantes nem autocarros suficientes", frisou.

Menos drástica é a posição do ex-secretário regional da Educação e Cultura, Reis Leite, que considerou "acertado fazer um acesso directo da cidade ao mar com poucas obras", mas "asneira fazer outro porto".

Diferente é a opinião da socialista que preside à Câmara de Angra do Heroísmo, Andreia Cardoso, que revelou à Lusa "satisfação com a decisão do governo regional". Na sua perspectiva, a construção do Cais de Cruzeiros, não só representa o cumprimento de uma promessa eleitoral do PS, mas também "vai beneficiar o desenvolvimento da ilha".




http://www.publico.clix.pt/Local/construcao-de-cais-de-cruzeiros-em-angra-do-heroismo-denunciada-junto-da-unesco_1419561

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10583652.html

http://www.jornaldiario.com/ver_noticia.php?id=25001

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Arqueologo-subaquatico-alerta-para-perigo-de-destruicao-de-vestigios-arqueologicos.rtp&article=313428&visual=3&layout=10&tm=8

http://noticias.planetaportugal.com/angracais-de-cruzeiros-arqueologo-subaquatico-alerta-para-perigo-de-destruicao-de-vestigios-arqueologicos-2

http://www.faialonline.com/?p=15014

http://aeiou.visao.pt/angracais-de-cruzeiros-arqueologo-subaquatico-alerta-para-perigo-de-destruicao-de-vestigios-arqueologicos=f545532








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