[Archport] Novidades sobre pagamentos a arqueólogos

[Jorge Feio <jorgefeio77@hotmail.com>]

Boa tarde a todos!

Antes de mais, começo por agradecer a todos os colegas as mensagens agradáveis que me enviaram, quer pelo archport, quer para o meu e-mail pessoal.

O post que coloquei serviu, pelo menos, para chamar a atenção para o que está a acontecer com a nossa profissão, tornando ainda mais evidente a necessidade de se avançar rapidamente para uma Ordem e/ou para um sindicato, para que haja um preço base para os nossos trabalhos.

Recentemente falei com alguns engenheiros que me disseram que nós, arqueólogos, somos, no mínimo, parvos, porque somos poucos e só baixamos os preços porque queremos, pois eles só podem fazer as obras depois de contratarem os arqueólogos para acompanhamento e escavações. O problema é que os arqueólogos não se entendem e muitos estão dispostos a trabalhar em troca de pouco dinheiro. Vejam lá se os enfermeiros se calam. Os Baixaréis em enfermagem auferem à volta de 1000€ mensais. Porque é que um arqueólogo licenciado há-de ganhar menos se até o Belmiro de Azevedo consideram que em Portugal se ganha pouco?

Entretanto, fui contactado pelo nosso colega das Estradas de Portugal, que muito cordialmente me informou que a obra tinha sido entregue a uma concessionária e que, muito provavelmente foi esta, ou o empreiteiro, quem contratou a empresa de trabalhos temporários, não estando a empresa Estradas de Portugal envolvidano assunto.

No entanto, também me indicou que iria pessoalmente averiguar o que se passa, pois também se indignou com o valor da oferta, tendo-me solicitado os contactos, os quais prontamente lhe enviei.

Isto mostra que existe boa vontade em resolver a situação. Por isso, espero que nenhum arqueólogo tenha aceite o trabalho naquelas condições. Mais, também espero que doravante mais ninguém fique calado perante situações como esta, até porque fui informado por outro colega que uma arqueóloga aceitou trabalhar num acompanhamento do género por 1100 euros mensais, sem quaisquer apoios (viatura, combustível ou estadia).

Talvez esteja na hora de nos juntarmos, reflectirmos e de nos impormos melhor no mercado de trabalho. É que para sermos respeitados, temos de respeitar, de nos fazermos respeitar e de impormos que nos respeitem, como arqueólogos e seres humanos que somos.

Um abraço,

Jorge Feio

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