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[Archport] Arqueologia: Laboratório de restauro de Braga alargou serviços aos museus do norte

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Arqueologia: Laboratório de restauro de Braga alargou serviços aos museus do norte
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Mon, 1 Feb 2010 15:19:05 +0000

Arqueologia: Laboratório restauro de Braga alargou serviços aos museus do norte

BRAGA

2010-02-01, Lusa


O laboratório de restauro do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa,
de Braga, criado para apoiar as escavações da antiga cidade romana, a
Bracara Augusta, alargou os seus serviços aos museus do norte.

Victor Hugo Torres, técnico de conservação e restauro do laboratório,
adiantou à Lusa que o organismo procedeu recentemente ao restauro de
peças do Museu de Évora, das escavações do mosteiro de Tarouca, da
Arquidiocese de Braga e do município da Póvoa de Lanhoso.

'Tratamos, por exemplo, o túmulo de S. Martinho de Dume, classificado
como um Bem Cultural Móvel de Interesse Nacional, datado entre o
século XI a XII, onde se encontram os restos mortais do arcebispo que
viveu no século VI', revelou.

O Laboratório - referiu - procedeu, para isso, 'à desmontagem de um
restauro antigo do sarcófago que não estava em condições, fez
lavagens, e dessalinizações e um molde para colocar uma réplica no
Museu já que o original teve de ir para Dume, onde existe um núcleo
arqueológico baseado na capela de S. Martinho'.

O especialista falava no final de uma visita guiada ao laboratório,
realizada no quadro das actividades do serviço educativo do Museu.

Revelou que foram tratadas no Museu vários torques em ouro da Póvoa de
Lanhoso - colares muito valiosos de grande espessura usados no período
castrejo, pré-romano - um jarro proveniente das escavações de Tarouca,
a pedido da Direção Regional de Cultura do Norte e uma espada
pré-romana vinda do castro de Mondim de Basto.

'Passa por aqui uma grande variedade de materiais, mas a maioria é da
época romana, como deriva da nossa vocação principal', referiu,
adiantando que existem em Portugal poucos laboratórios de conservação
e restauro com as competências reunidas em Braga.

Victor Hugo Torres, que começou a trabalhar no sector em 1976 quando
foi criado o Campo Arqueológico de Braga para escavar os vestígios da
antiga cidade romana na Colina de Maximinos, trata e recupera peças
cerâmicas - pratos, jarros, cântaros, potes e lucernas - peças em
vidro - copos, tigelas - ou metal - moedas, armas, e faz, ainda,
reproduções de peças para serem comercializadas nos museus.

O laboratório possui um sector de entrada e lavagem de material
cerâmico elíptico onde se inventaria o material e se faz a pesquisa de
eventuais colagens que se possa realizar. Os metais são alvo de
estabilização química e consolidação, ou para exposição ou para os
manter em reserva quando não podem ficar desprotegidos

'Há peças que, devido à sua especificidade são extremamente morosas de
tratar para se poder fazer um trabalho final minimamente agradável',
afirma.

O arqueólogo - que é o decano de uma equipa com quatro profissionais -
é um homem que 'faz o que sempre gostou' - prazer que complementa com
aulas na Universidade Portucalense - mas que tem, na falta de verbas
do Museu, uma contrariedade que lhe custa aceitar.

As visitas do público dão-lhe especial satisfação porque lhe permitem
mostrar a minúcia do trabalho: 'as pessoas não têm consciência, pensam
que as peças aparecem inteiras ou quase inteiras, mas sem este
trabalho anterior não haveria possibilidade de uma leitura correta',
diz enquanto mostra um pequeno copo em vidro do período romano, todo
desfeito em bocados com menos de um centímetro mas que as suas mãos
vão tratar e reconstruir.


*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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