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[Archport] Inscrição de Belmonte

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Inscrição de Belmonte
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Sun, 14 Feb 2010 22:25:33 -0000

http://www.jornaldofundao.pt/>
<http://www.jornaldofundao.pt/index.asp?idEdicao=105&idSeccao=993&Action="">>Belmonte (JF Diário)

20 Jan, 15:31h
Memória preservada
Belmonte recupera epígrafe judaica


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http://4.bp.blogspot.com/_68sbZN7HdnE/S1n8TqOWtRI/AAAAAAAABDI/qlWFaX8NF9U/s1600-h/2101.JPG>
Peça tinha sido levada para Castelo Branco há um século. Depois de muita insistência, o Estado aprovou o regresso
 
FORAM cinco anos de avanços e recuos, de pedidos e recusas, de vontade e desapontamento. Quando, em 2005, a Câmara de Belmonte reclamou a propriedade de uma das mais importantes peças da história judaica da vila, todos estavam longe de imaginar que fosse tão difícil recuperá-la. Estamos a falar de uma epígrafe votiva, datada de 1297, que no início do século XX foi levada para o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco. Depois de muita pressão, num processo que teve também o contributo do Jornal do Fundão (com uma reportagem em Novembro de 2008), o Ministério da Cultura decidiu finalmente ceder e deliberar que a pedra regresse à sua origem, a Belmonte.
O comunicado da tutela chegou há poucos dias, assinado pelo secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, onde se informa que “serão estabelecidos contactos com o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior no sentido de a referida peça ser depositada no Museu Judaico de Belmonte”. O contrato de cedência é de cinco anos, renovado automaticamente, o que significa que a epígrafe nunca mais sairá do seu local de origem. No mesmo documento, o Ministério da Cultura sublinha que a peça regressará a Belmonte apenas no início de 2011, porque no segundo semestre deste ano fará parte da exposição comemorativa do centenário do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior.
Como é natural, esta decisão deixou satisfeito o presidente da Câmara de Belmonte, que, no entanto, não deixa de criticar a forma como o processo foi conduzido. “Isto prova que as coisas só se resolvem quando fazemos algum barulho e quando a comunicação social se envolve. Tudo devia ser ao contrário. Todo o espólio de um concelho devia ser devolvido de forma automática assim que esse concelho tivesse condições para o tratar e valorizar”, defende Amândio Melo, acrescentando que em relação à Torre de Centum Cellas a situação também não tem sido bem gerida: “Nós pedimos uma relação do inventário de todas as peças retiradas das escavações arqueológicas feitas no local, mas nunca a enviaram. Recentemente recebemos algumas peças para um exposição no castelo, mas não sabemos se há mais e quais são.”
É exactamente para evitar estas situações que a autarquia belmontense decidiu criar o Centro de Estudos da Casa da Torre em Caria. “A obra está quase concluída. Será um espaço com capacidade para estudar e classificar o espólio arqueológico não só de Belmonte, como também de outros concelhos que necessitem. Já não será necessário levar as peças para outros sítios”, sublinha Amândio Melo.

Por: <http://www.jornaldofundao.pt/author/author.asp?IdPeople=124>Filipe Sanches


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