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[Archport] Relíquias romanas (prego) encontradas na Madeira (Forte São José).

To :   ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Relíquias romanas (prego) encontradas na Madeira (Forte São José).
Date :   Tue, 02 Mar 2010 23:08:43 +0000


Comunicado: Relíquias romanas (prego) encontradas na Madeira (Forte São José).

As notícias publicadas, hoje, em Inglaterra, sobre as alegadas relíquias romanas encontradas nas escavações arqueológicas levadas a cabo no Forte de São José, do século XVIII, merecem o seguinte comunicado do Conselho Científico do CEAM:

1. Considerando a direcção científica dos trabalhos arqueológicos a cargo do CEAM no Forte São José (2004-2006), é manifestamente falsa a notícia que tenham sido encontrados quaisquer objectos romanos, sobretudo num espaço (saliência de rocha) que, coincidiu, com a área escavada.

2. Desta área (cuja expressão inglesa anuncia "dig") foram identificados, até o substrato rochoso, objectos que datam, apenas e unicamente, dos séculos XVII, XIX e XX, havendo todavia alguns vestígios que podem remontar ao século XVII.

3. Desta feita, a notícia dos achados de relíquias de crucifixos constitui um "delírio fantasioso", ainda mais ridículo pela sensacionalista notícia de uma caixa de madeira (leia-se, ainda, completamente preservada, à beira-mar, ao longo de dois milhares de anos), com três esqueletos, três espadas e um crucifixo.

4. O prego que ilustra a notícia, a ser do forte, não é mais do que uma tacha usada na construção de habitações durante a Época Moderna (séculos XVII e XVIII) e existe às dezenas no recheio do espólio exumado nas escavações. Do mesmo modo, que as referências aos esqueletos constituem, também, uma invenção com contornos dar maior ênfase ao apócrifo.

5. Esta opinião é corroborada pelo arqueólogo e especialista da arqueologia romana Brian Philp, que tem acompanhado presentemente o estudo dos materiais em articulação com os técnicos do CEAM.

6. O CEAM falou, hoje, com os directores dos jornai ingleses, que se comprometeram a esclarecer, curto prazo, a opinião publica.

7. Em conclusão: trata-se de uma pura invenção, sem rigor e seriedade científicas, com o agravante dos senhores Christopher Macklin e Bryn Walters serem, até à data, pessoas estranhas e desconhecidas às relações dos arqueólogos que estudaram, na realidade e com metodologia assente em pressupostos intelegíveis, o espaço militar em causa.


Élvio Duarte Martins Sousa
João Lino Moreira

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