Vilarinho da Furna vai ter mesmo um museu subaquático
Por Samuel Silva
Museu subaquático de Vilarinho da Furna conta com apoio da autarquia. Novo desenho do projecto custa dois milhões
A Câmara Municipal de Terras de Bouro vai mesmo construir o Natur Parque na área envolvente das ruínas da aldeia de Vilarinho da Furna. No final do ano, a autarquia tinha suspendido o projecto, alegando que este não era viável, mas decidiu agora que o investimento é para manter, apesar de fortemente reformulado.
A autarquia vai executar apenas quatro equipamentos na zona da aldeia. O investimento mais emblemático, o museu subaquático nas ruínas de Vilarinho, vai mesmo ser concretizado, apesar das reservas manifestadas pelo presidente da câmara quanto à sua sustentabilidade. Vai ser construído um espaço de recepção aos visitantes do museu, ao mesmo tempo que serão feitas obras de consolidação nas ruínas, de forma a permitir as visitas subaquáticas. No entanto, do novo projecto desaparece a possibilidade de visitação a partir de um barco de fundo transparente.
Nos últimos dois meses, uma comissão composta por deputados municipais e membros da associação de antigos moradores A Furna analisou o projecto e definiu os quatro equipamentos que justificam o investimento. "Escolhemos aqueles que, não trazendo perigo para o equilíbrio financeiro do município, lhe emprestam maior visibilidade turística e de valorização da memória de Vilarinho da Furna", defende o presidente da comissão, Avelino Soares.
Os outros três projectos passam pela criação de uma praia fluvial na albufeira de Vilarinho, bem como a instalação de um posto de observação de animais naquela área. Na encosta da serra Amarela, no perímetro do Parque Nacional da Peneda-Gerês, será ainda definido um trilho pedestre, com acesso junto à aldeia.
Em relação ao projecto original, apresentado há um ano e meio pelo anterior executivo de Terras de Bouro, desaparecem as intenções de criar um parque de campismo, as recuperações das casarotas da serra e do fojo do Lobo, bem como o fluviário e o apiário, previstos para aquela encosta.
O novo presidente da autarquia, Joaquim Carcel, tinha decidido suspender o projecto assim que tomou posse, em Novembro, por entender que o investimento não era viável. O autarca considerou o Natur Parque um projecto "magalómano" e "inviável", preferindo canalizar essa verba para a área social.
O projecto original tinha execução prevista durante os próximos três anos e um orçamento de cerca de 3,5 milhões de euros, tendo já recebido um financiamento do QREN de cerca de 1,2 milhões. A autarquia já assumiu que vai concretizar o novo desenho do Natur Parque, que, depois de reformulado, vai custar menos de dois milhões de euros e deve ficar pronto em 2011.