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Re: [Archport] ORDEM DOS ARQUEÓLOGOS: SIM OU NÃO ? - 20 de Março 15h00 no MNA

Subject :   Re: [Archport] ORDEM DOS ARQUEÓLOGOS: SIM OU NÃO ? - 20 de Março 15h00 no MNA
From :   Telmo Pereira <telmo-pereira@iol.pt>
Date :   Wed, 10 Mar 2010 10:59:50 +0000

Caríssimos,

É com muito gosto que vejo a presente discussão a desenvolver-se de forma a ter um resultado final palpável. Quero só apresentar alguns pontos rápidos que me parecem relevantes.

1º- Como já foi dito, Ordem e Sindicato não são incompatíveis. Na minha opinião ambos devem existir de forma articulada, até porque cada um tem objectivos diferentes.

2º- O exemplo do sindicato dos jornalistas não me parece ser o melhor porque este foi criado de forma a poder abranger não só os alunos saídos das licenciaturas de Comunicação Social mas também as centenas de jornalistas sem formação académica específica e "amadores" que já trabalhavam na área e dominam ainda hoje, por exemplo, o jornalismo local e regional.

3º- Creio que na aprovação da Ordem e do Sindicato é necessário ter em conta a forma como serão resolvidos os casos de:

a) Pessoas de licenciaturas específicas que trabalham directamente (no campo e em laboratório) com arqueologia. Falo especificamente dos antropólogos físicos. Não me parece que possam ou devam ficar de fora. Por outro lado, eles próprios reconhecem lacunas na sua formação tendo em conta o trabalho prático que efectuam na arqueologia. b) Os técnicos profissionais de arqueologia saídos das escolas profissionais, cuja formação escolar corresponde ao Ensino Secundário. Penso que devem ser aceites no Sindicato e posteriormente na Ordem quando fizerem a sua formação superior. Este é um caso importante porque a sua formação é especificamente técnica e não interpretativa. Não se trata da sua qualidade no campo ou no laboratório (muito pelo contrário) mas na sua capacidade em trabalhar a informação recolhida. c) Outros técnicos de arqueologia saídos de licenciaturas como história, património, que não têm formação em cultura material nem necessitam de créditos em trabalho de campo e laboratório. d) Os alunos acabados de sair dos cursos de arqueologia. Trata-se aqui, não só de experiência profissional, mas também de capacidades individuais e dos próprios curricula universitários que, por constrangimentos financeiros e de tempo, não conseguem abranger todas as áreas temáticas, cronológicas e técnicas que a profissão exige.

4º- Creio que alguns destes problemas podem ser resolvidos com provas de acesso (ou, para quem não gosta, num escalonamento interno das funções como acontece no Reino Unido - http://www.bajr.org/), através de acções de formação desenvolvidas tanto pela Ordem como pelo Sindicato e pela estruturação da Ordem em especialidades.

5º- Parece-me positivo que a aceitação de um profissional seja feito tendo por base uma regulamentação clara, coerente e definida por pares, cujos órgãos são eleitos democraticamente e por tempo limitado, do que, no limite, por uma única pessoa. (Aliás, reparem como todos estes adjectivos juntos aplicados ao estado actual da arqueologia até soam de forma estranha).


Espero ter ajudado.


Telmo Pereira

PhD student.
Departamento História, Arqueologia e Património - FCHS - UNIVERSIDADE DO ALGARVE
Contact: IGESPAR,IP - Av. Índia, 136 - 1300-300 LISBOA - PORTUGAL
Tel: 00351+965709323; Fax: 00351+213616559




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