Re: [Archport] ORDEM DOS ARQUEÓLOGOS: SIM OU NÃO ? - 20 de Março 15h00 no MNA
Caríssimos,
É com muito gosto que vejo a presente discussão a desenvolver-se de
forma a ter um resultado final palpável. Quero só apresentar alguns
pontos rápidos que me parecem relevantes.
1º- Como já foi dito, Ordem e Sindicato não são incompatíveis. Na
minha opinião ambos devem existir de forma articulada, até porque cada
um tem objectivos diferentes.
2º- O exemplo do sindicato dos jornalistas não me parece ser o melhor
porque este foi criado de forma a poder abranger não só os alunos
saídos das licenciaturas de Comunicação Social mas também as centenas
de jornalistas sem formação académica específica e "amadores" que já
trabalhavam na área e dominam ainda hoje, por exemplo, o jornalismo
local e regional.
3º- Creio que na aprovação da Ordem e do Sindicato é necessário ter em
conta a forma como serão resolvidos os casos de:
a) Pessoas de licenciaturas específicas que trabalham directamente (no
campo e em laboratório) com arqueologia. Falo especificamente dos
antropólogos físicos. Não me parece que possam ou devam ficar de fora.
Por outro lado, eles próprios reconhecem lacunas na sua formação tendo
em conta o trabalho prático que efectuam na arqueologia.
b) Os técnicos profissionais de arqueologia saídos das escolas
profissionais, cuja formação escolar corresponde ao Ensino Secundário.
Penso que devem ser aceites no Sindicato e posteriormente na Ordem
quando fizerem a sua formação superior. Este é um caso importante
porque a sua formação é especificamente técnica e não interpretativa.
Não se trata da sua qualidade no campo ou no laboratório (muito pelo
contrário) mas na sua capacidade em trabalhar a informação recolhida.
c) Outros técnicos de arqueologia saídos de licenciaturas como
história, património, que não têm formação em cultura material nem
necessitam de créditos em trabalho de campo e laboratório.
d) Os alunos acabados de sair dos cursos de arqueologia. Trata-se
aqui, não só de experiência profissional, mas também de capacidades
individuais e dos próprios curricula universitários que, por
constrangimentos financeiros e de tempo, não conseguem abranger todas
as áreas temáticas, cronológicas e técnicas que a profissão exige.
4º- Creio que alguns destes problemas podem ser resolvidos com provas
de acesso (ou, para quem não gosta, num escalonamento interno das
funções como acontece no Reino Unido - http://www.bajr.org/), através
de acções de formação desenvolvidas tanto pela Ordem como pelo
Sindicato e pela estruturação da Ordem em especialidades.
5º- Parece-me positivo que a aceitação de um profissional seja feito
tendo por base uma regulamentação clara, coerente e definida por
pares, cujos órgãos são eleitos democraticamente e por tempo limitado,
do que, no limite, por uma única pessoa. (Aliás, reparem como todos
estes adjectivos juntos aplicados ao estado actual da arqueologia até
soam de forma estranha).
Espero ter ajudado.
Telmo Pereira
PhD student.
Departamento História, Arqueologia e Património - FCHS - UNIVERSIDADE
DO ALGARVE
Contact: IGESPAR,IP - Av. Índia, 136 - 1300-300 LISBOA - PORTUGAL
Tel: 00351+965709323; Fax: 00351+213616559
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