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[Archport] CABEÇO DAS FRÁGUAS EM DISCUSSÃO

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>, "museum" <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] CABEÇO DAS FRÁGUAS EM DISCUSSÃO
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Fri, 30 Apr 2010 17:21:23 +0100

CABEÇO DAS FRÁGUAS EM DISCUSSÃO

 

 

            Por iniciativa do Instituto Arqueológico Alemão, do Museu da Guarda e do Centro de Estudos Ibéricos, realizou-se, no passado dia 23 de Abril, no auditório daquele Museu, uma Jornada Científica subordinada ao tema «Cabeço das Fráguas: O santuário no seu contexto».

            Participaram 15 especialistas – portugueses, espanhóis e alemães, na sua quase totalidade docentes universitários – que discutiram os inovadores aspectos histórico-arqueológicos que as mais recentes investigações disponibilizaram para o entendimento deste sítio altaneiro à cidade da Guarda, onde se realizaram escavações, com vista a compreender-se melhor o contexto em que deveria integrar-se a inscrição rupestre que está no cimo do Cabeço e que dá conta, numa língua que se convencionou chamar «lusitana», do sacrifício de um porco, uma ovelha e um touro a divindades indígenas, em época romana.

            Falou-se, pois, do que se conhecia dos vestígios datáveis da Idade do Bronze, praticamente a antecedente do período em que a inscrição foi gravada e do seu possível relacionamento, a nível da sociedade e da cultura, com a população que procedera à gravação da epígrafe. O povoamento e as vias ao tempo dos Romanos na região; os santuários rurais da vizinha província de Salamanca passíveis de relacionar-se com este; os santuários do Ocidente hispânico, com particular destaque para o do Facho, na Galiza, donde se têm exumado inúmeros ex-votos epigrafados – foram algumas das questões abordadas, ainda que, naturalmente, se haja dado mais relevo ao reexame da inscrição face aos novos dados entretanto vindos a lume, como é o caso da inscrição de Arronches – cf. http://hdl.handle.net/10316/10754 - ou, mesmo, a ara de Viseu recentemente encontrada.

           Linguistas, epigrafistas e arqueólogos puseram, pois, em comum os seus conhecimentos, com vista à melhor compreensão de tão importante e invulgar documento histórico.

            Recorde-se que, até 30 de Maio, se encontra patente no Museu da Guarda uma exposição sobre a temática discutida nesta jornada.

             

 

                                                                                                                                   José d’Encarnação

 


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