Workshop Dryas’10
A exploração agrícola terá constituído um motor económico fulcral da ocupação romana do território sul-peninsular, onde as villae assumiram um papel estruturante da hierarquia deste ordenamento latifundiário.
Afectando maioritariamente implantações topográficas distintas das opções recorrentes para a instalação da pars urbana das villae, a multiplicação de intervenções arqueológicas no âmbito do projecto de Alqueva tem produzido um acréscimo de dados para a discussão dos contextos técnicos da produção destas unidades agrícolas do interior do Alentejo romano.
O encontro centrar-se-á na análise de estruturas técnicas, que constituem testemunhos arqueológicos privilegiados das actividades produtoras e transformadoras realizadas nas villae. Porém, mesmo quando este tipo de estruturas foi escavado, a compreensão da economia produtiva do sítio é frequentemente dificultada por insuficiências do próprio registo arqueográfico, sempre fragmentário e apenas indirectamente representativo das actividades de produção e transformação originalmente realizadas: por questões de evolução pós-deposicional diferencial; pelos diferentes potenciais de fossilização no registo arqueológico das várias actividades técnicas; ou pela existência frequente de “produções arqueologicamente silenciosas”.
Não obstante surja de problemas muito específicos decorrentes das intervenções preventivas no Alentejo, este workshop enquadra-se num crescente debate científico de âmbito peninsular acerca das questões inerentes à organização da produção local e às redes de interacção económico-social.
A Dryas propõe uma reunião centrada em questões muito específicas e que consideramos fundamentais para a produção de futuras sínteses interpretativas, de que destacamos:
1º. A reconstituição dos processos de formação e evolução pós-deposicional do registo estratigráfico;
2º. As questões de cronologia e diacronia;
3º. A compreensão e contextualização histórica dos processos de abandono;
4º. A determinação da funcionalidade específica das estruturas;
5º. Os problemas relativos à organização interna do espaço à escala do sítio e dimensão global das áreas técnicas; e, finalmente,
6º. A questão da relação espacial com outros pontos do território e sítios coetâneos.
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