[Archport] Expectativas de Gabriela Canavilhas cumpridas apesar de cortes na Cultura
13 milhões de euros
Expectativas de Gabriela Canavilhas cumpridas apesar de cortes na Cultura
Público, 04.06.2010 - Por Joana Amaral Cardoso
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Apesar do corte de 13 milhões de euros que o seu ministério vai sofrer
para redução da dívida pública, a ministra da Cultura disse hoje ao
PÚBLICO que as expectativas que tinha quando tomou posse foram
cumpridas. Gabriela Canavilhas, que ao assumir a tutela da Cultura
afirmou ter garantias do primeiro-ministro de que o sector seria
reforçado, esteve esta semana reunida com os responsáveis de vários
organismos para discutir reduções nas verbas atribuídas pelo Programa
de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração
Central (PIDDAC).
Apesar de alguns directores de organismos e agentes do terreno terem
já informação sobre a forma como poderão vir a ser afectados e terem
começado também já a reorganizar-se, a ministra só revelará o volume e
a distribuição dos cortes depois de publicada a lei de execução do
Orçamento em Diário da República, disse ao PÚBLICO. No final de Maio,
os organismos do sector começaram a ser informados da medida,
“imposição geral a todos os ministérios” e que afectará “todos os
organismos da Cultura”, como informou na altura a tutela.
Mesmo com esta cativação de verbas do PIDDAC (que no Ministério da
Cultura representa 65 milhões de euros e sofrerá redução de 20 por
cento - 13 milhões), Gabriela Canavilhas disse sentir “sempre o apoio
do sr. primeiro-ministro” e considerar haver uma “discriminação
positiva” em relação à Cultura no Governo de José Sócrates.
A ministra reiterou que a crise atingiu todos os ministérios e que
está “certa de que a Cultura é um desígnio particular deste Governo”.
Ainda no ano passado Sócrates fez um mea culpa em relação ao sector.
“Se há um erro que é possível identificar ao longo destes anos é que
talvez devêssemos ter investido mais em Cultura, tal como fizemos em
Ciência.”
A ministra falou na Câmara de Lisboa após a apresentação das quatro
mini-séries que assinalam o Centenário da República. O director de
programas da RTP, José Fragoso, diz que as cerca de oito horas em HD
são “um dos maiores projectos de sempre de ficção da RTP” – sem
quantificar. República (Jorge Paixão da Costa), O Segredo de Miguel
Zuzarte e A Noite do Fim do Mundo (Henrique Oliveira) e O Segredo da
República (Tiago Guedes e Frederico Serra) começam rodagens ainda este
mês e são exibidas em horário nobre em finais de Setembro.