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[Archport] No âmbito da programação «Mangualde na Rota da 3ª Invasão Francesa» | Música, teatro e debates assinalam efeméride

To :   museum <museum@ci.uc.pt>, histport <histport@ml.ci.uc.pt>, archport@ci.uc.pt
Subject :   [Archport] No âmbito da programação «Mangualde na Rota da 3ª Invasão Francesa» | Música, teatro e debates assinalam efeméride
From :   António Tavares <almtavares@gmail.com>
Date :   Wed, 8 Sep 2010 13:30:55 +0000

 

Câmara Municipal de Mangualde

 

 

No âmbito da programação «Mangualde na Rota da 3ª Invasão Francesa»

 

MÚSICA, TEATRO E DEBATES ASSINALAM EFEMÉRIDE

As comemorações dos 200 anos sobre a passagem do exército francês por Mangualde continuam no próximo dia 12 de Setembro, Domingo,

com um concerto da Banda Filarmónica de Abrunhosa-a-Velha, uma encenação histórica e uma conferência que terá como

 orador convidado o Coronel Américo Henriques. O programa continua no dia 15, com a palestra de Maria Antónia Figueiredo Lopes e, no dia 22,

com a intervenção de João Paulo Avelãs Nunes, ambos professores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

 

As conferências vão decorrer no Auditório da Câmara Municipal, às 21h30. Entrada livre

 

Dando continuidade às comemorações que assinalam os 200 anos da passagem do exército francês por Mangualde realizam-se, no próximo dia 12 de Setembro (domingo), diversas actividades inseridas no âmbito da iniciativa «Mangualde na Rota da 3ª Invasão Francesa». Assim sendo, a Banda Filarmónica de Abrunhosa-a-Velha executa, pelas 16h15, no Largo Dr. Couto, o repertório militar da época das Invasões Francesas, seguido às 18h00, por uma Encenação Histórica que contará com a participação da Fanfarra Militar e, às 19h00, pela  visita à exposição “Guerras Penínsulares”, no Salão do Complexo Paroquial, que estará aberta ao público até ao dia 30 de Setembro.

 

A mostra – que acaba de ser enriquecida com um conjunto de miniaturas que retratam as tropas envolvidas nas guerras Peninsulares – tem entrada livre e é ainda composta por 11 peças, entre elas uniformes (Cavalaria, Infantaria e Artilharia), uma espingarda, peças de faiança, uma gola de serviço e um sabre, oriundas da Colecção do Museu Militar de Lisboa. A exposição inclui ainda uma parte documental, onde é possível ficar a conhecer a história que colocou Mangualde na rota da 3ª Invasão Francesa. Poderá ser visitada de segunda a sexta-feira das 14h00 às 18h00 e aos sábados das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00.

 

O programa do dia 12 de Setembro encerra com a primeira de três conferências dedicadas às Invasões Francesas. O coronel Américo Henriques é o orador convidado e incidirá a sua intervenção sobre a temática « O povo português nas Guerras Peninsulares”. As palestras continuam no dia 15, com a presença de Maria Antónia Figueiredo Lopes e, no dia 22, com João Paulo Avelãs Nunes, ambos professores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Todos os encontros decorrem no Auditório da Câmara Municipal, às 21h30, com entrada livre.

 

Recorde-se que esta iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Mangualde em parceria com o Museu Militar de Lisboa, a GNR, a Câmara Municipal de Viseu, o Arquivo Distrital de Viseu, a Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, o Complexo/Paroquial de Mangualde, o Agrupamento de Escolas Ana Castro Osório, a Escola Secundária Felismina Alcântara e o Agrupamento de Escolas Gomes Eanes de Azurara.

 

 

Dia 15 Setembro, quarta-feira:

"Na rota da 3ª invasão francesa: o concelho de Mangualde e as suas vítimas"

 

Maria Antónia Figueiredo Lopes é a convidada do dia 15, quarta-feira, e sua dissertação abordará o tema "Na rota da 3ª invasão francesa: o concelho de Mangualde e as suas vítimas".

Maria Antónia Lopes, doutorada e agregada em História Moderna e Contemporânea pela Universidade de Coimbra, é Professora da Faculdade de Letras da mesma Universidade (FLUC), investigadora integrada do Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra e colaboradora do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Lecciona disciplinas de História Moderna e de História Contemporânea na Licenciatura, no Mestrado e no Doutoramento em História da FLUC. A sua área de investigação é a história social de Portugal nos séculos XVIII a XX, nomeadamente os seguintes temas: mulheres, crianças, pobres, políticas sociais, instituições de assistência e de saúde, vida privada e história de Coimbra. É autora do único artigo existente na historiografia portuguesa sobre a população civil assassinada durante a 3ª invasão francesa. Foi publicado em Espanha com o título: “Mujeres y hombres víctimas de la 3ª invasión francesa en el Centro de Portugal” in Emílio de Diego (dir.) e José Luis Martínez Sanz (coord.), El comienzo de la Guerra de la Independencia, Madrid, Editorial Actas, 2009, pp. 750-772.

 

 

 

Dia 22 Setembro, quarta-feira:

 “As Invasões Francesas hoje. Transformações e continuidades ao longo de dois séculos de história contemporânea de Portugal”

 

Já no dia 22, também quarta-feira, João Paulo Avelãs Nunes fará a sua intervenção sobre a temática “As Invasões Francesas hoje. Transformações e continuidades ao longo de dois séculos de história contemporânea de Portugal”. Tendo como palavras-chave as Invasões Francesas, o Liberalismo, a Modernização, o Absentismo Cívico e os Direitos Sociais, o docente mostrará que Portugal já era uma “sociedade contemporânea” no período das invasões francesas refutando a ideia de um País fechado e pouco esclarecido na época do Estado Novo. João Paulo Avelãs Nunes é licenciado em História (Junho de 1987), Mestre em História Contemporânea de Portugal (Outubro de 1993) e Doutor em História Contemporânea (Janeiro de 2006) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). É professor auxiliar de História Contemporânea na FLUC e Investigador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20 da UC). Do seu currículo fazem ainda parte diversas publicações relacionadas com diferentes temáticas.

 

 

«Mangualde na Rota da 3ª Invasão Francesa»

De acordo com os relatos históricos, quando os franceses chegaram a Mangualde grande parte da população tinha-se refugiado para os lados de Penalva do Castelo, não sem antes queimarem, no Rossio, todo o milho que a vila possuía, e esvaziaram as adegas. Também os objectos de valor que não podiam ser transportados foram escondidos e enterrados. Apesar da vila estar quase deserta, ainda perderam a vida várias pessoas, que na altura, estavam a trabalhar no campo. A Igreja Matriz foi assaltada, tendo sido roubada a Palma de S. Julião, e a custódia tinha sido escondida num lugar seguro não tendo sido levada. A busca por mais objectos continuou, com o arrombamento da porta da Capela da Família Rebelo, hoje pertença da Câmara Municipal, e onde acabaram por cortar uma perna a um dos anjos que ladeiam o Sacrário, facto que ainda hoje se pode verificar. Aquando da sua passagem por Mangualde, o marechal Massena pernoitou, na noite de 18 para 19 de Setembro, na casa de Anadia, tendo sido daqui que rumou para o Buçaco, onde acabaria por ser derrotado na batalha liderada por Wellington, que dirigia o exército anglo-luso.

 

 

Mangualde, 8 de Setembro de 2010.

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António Luís Tavares
Arqueólogo


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