Caro Filipe Pinheiro.
Explique-me, se quiser fazer-me esse favor, o sentido de me citar na sua última intervenção. Eu não compreendi.
Tenho, com uma certa surpresa, acompanhado o desenvolvimento deste assunto aqui nesta lista, tentando apenas compreender a sequência das razões. Mas nem tinha intervido nela.
E, por coincidência, ou não, ela incide, mais coisa, menos coisa, sobre um elenco de temas que tenho aqui abordado, em torno dos seguintes tópicos:
1. A viabilidade do modelo actual de sustentabilidade da arqueologia em Portugal.
2. A falta de enquadramento operacional do modelo empresarial, de forma a enquadrar a deontologia e a ética, as boas condições de trabalho dos arqueólogos, a qualificação do universo empresarial.
3. A necessidade de constituir dois interlocutores de diálogo, uma associação empresarial e uma estrutura de representação dos arqueólogos, sólida e coerente.
4. A urgente necessidade de um plano nacional de trabalhos arqueológicos sem ambiguidades.
Em torno destas questões, intervim, questionei frontalmente a Direcção da APA, propus aos profissionais arqueólogos mais argúcia para distinguir diversos níveis de questões implicadas no exercício da sua actividade, enfim… talvez tenha ocupado muito esta lista, mas não ‘’enchi’’ a sua caixa de correio.
Ora, decorridos cerca de dois anos de intervenção aqui, começo a concluir:
Os profissionais arqueólogos têm o que merecem e não vão conseguir alterar a sua obreirista condição.
Não, não vale a pena. E se quer que lhe diga com toda a frontalidade, com todas as consequências que daí possam advir, é o estado da nação. Os recursos que se esbanjaram a formar arqueólogos de tão elevado gabarito e em tão lauta quantidade. E a responsabilidade será de quem?
E, desculpe, Caro Paulo Monteiro, enxerga alguma associação assim tão imediata entre a sua intervenção e a minha, senão a de que participamos por vezes em comentários sobre os mesmos assuntos, em convergência ou divergência?
E, como cada um entende que esta lista existe para servir os seus exclusivos objectivos, retiro-me.
Com um derradeiro comentário. A arqueologia começa a apresentar-se para muitos como um domínio experimental de observação psicoanalítica, ou quase etnográfica. Não tenho culpa.
Manuel de Castro Nunes
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