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Re: [Archport] inadmissível

To :   Andre Mano <andre.s.mano@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] inadmissível
From :   joão pereira <trainzeiro@gmail.com>
Date :   Wed, 13 Oct 2010 09:09:48 +0100

Se existe contrato ele tem de cumprir. Se desistir desse modo active-se a cláusula de rescisão.  JPereira

No dia 12 de Outubro de 2010 16:36, Andre Mano <andre.s.mano@gmail.com> escreveu:
Caro Luís,

Subscrevo tudo o que escreve à excepção de uma coisa:

"Como pode um arqueólogo dizer-se de arqueólogo, aceitar um trabalho e abandoná-lo a meio, deixando a obra, a empresa que o contratou e toda a equipa com problemas, só porque outra empresa lhe ofereceu mais"

É o risco da contratação a recibos verdes... Não me parece justo exigir lealdade e obrigações típicas de vínculos dependentes a uma classe flagelada pelos recibos verdes (assumindo que era o caso). E além disso, isso é mais uma consequência da "lei do mercado" --> essa lei não pode funcionar só para um lado...

À excepção deste motivo, todos os outros são, de facto, injustificáveis.

cumprimentos a todos

André Mano

2010/10/12 luis nobre <lnobre1980@gmail.com>
Caros arqueólogos
 
Quero alertar para uma situação que verifico, cada vez mais, ocorrer nos trabalhos de arqueologia e que é inadmissível.
Coloca em risco a defesa do património e dá uma péssima imagem dos arqueólogos.
Creio que este ponto deverá ser discutido nas próximas reuniões do Sindicato.
 
Como pode um arqueólogo dizer-se de arqueólogo, aceitar um trabalho e abandoná-lo a meio, deixando a obra, a empresa que o contratou e toda a equipa com problemas, só porque outra empresa lhe ofereceu mais ou simplesmente não quer estar longe da namorado(a). Será que não têm consciência que abandonar um trabalho, que aceitou, que está dependente de uns tantos trabalhadores implica custos para todos e atrasos.
 
Todos gostam muito de apelar à defesa dos nossos direitos e salários justos, o que acho muito bem, mas que penalização poderá existir para estes trabalhadores. Não deveriam eles ter também consciência dos seus deveres.
 
Ainda este Verão tive de assegurar mais de duas frentes de trabalho até que a empresa, para a qual estava a trabalhar, encontrasse um novo arqueólogo, porque um Sr. Dr., da nova geração, se lembrou de se ir embora, sem dar cavaco às tropas e sem sequer ter feito os seus relatórios.
Ainda no ano passado tive de trabalhar ao fim-de-semama para cumprir prazos de entrega, só porque outra alminha fez o mesmo.
E, ainda o mês passado, para cumulo, numas sondagens, uns colegas me pediram para mentir ao dono da empresa, porque tinham ficado em casa durante a manhã a curar a ressaca do dia anterior, numa situação em que os trabalhos já estavam muito atrasados.
 
Ora, por favor, é preciso paciência.
 
Admiram-se do país estar em crise e ainda resmungam por falta de trabalho e bons salários.
Também comecei por baixo, em 2006, a fazer estágios e a receber o salário minimo. E já tinha várias campanhas de escavação como voluntário no corpo. O que é preciso é querer trabalhar!
 
Onde está a maturidade e a ética?
Onde está o gosto pela protecção do património?
 
Cumprimentos
Um arqueólogo que às vezes tem vergonha dos seus pares
L. Nobre
 

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