[Archport] MUSEU DE ABRANTES
NOTÍCIA DO "PUBLICO" ON LINE DE HOJE, DIA 3 DE NOVEMBRO DE 2010
""A autarquia de Abrantes anunciou que vai proceder ao lançamento do
concurso público internacional para a construção do futuro Museu
Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA), após a versão
definitiva do projecto ter dado entrada na câmara.
Com um investimento estimado de 13 milhões de euros, o MIAA vai
acolher o espólio arqueológico da Fundação Ernesto Estrada, uma
colecção de peças arqueológicas referentes ao período anterior à
fundação da nacionalidade e relacionadas com a Lusitânia, tendo sido
recolhidas pelo abrantino João Estrada (presidente da Fundação) ao
longo de meio século.
O projecto, da autoria do arquitecto Carrilho da Graça, tem motivado
celeuma na cidade, com a opinião pública dividida devido ao impacto
visual que a obra vai causar no centro histórico e que prevê a
construção de um edifício em forma de paralelepípedo com 30 metros de
altura junto ao Convento de São Domingos.
O futuro museu teve origem num protocolo estabelecido entre a Câmara
de Abrantes e a Fundação Ernesto Estrada e vai abarcar colecções de
ourivesaria, numismática, arquitectura romana, medieval e moderna,
arte sacra dos séculos XVI a XVIII, relógios de várias épocas e uma
exposição de arqueologia e história local, tendo sido já considerada
pelos especialistas como de "valor incalculável".""
Maria do Céu Albuquerque, presidente da autarquia (PS), disse que a
aposta neste investimento visa "criar uma marca do território em pleno
centro histórico de Abrantes", tendo acrescentado que pretende também
constituir-se como "um estímulo decisivo" para a sua reanimação.
"Para além do valor incalculável das peças de arqueologia, de
ourivesaria e outras, os investigadores de todo o espólio da Fundação
atestaram a sua qualidade e autenticidade e revelaram que, em muitos
casos, para além do valor incalculável das peças, estamos perante
coleções únicas no mundo", observou.
Segundo precisou, o MIAA vai "albergar, proteger e divulgar um
património pertença de toda a Humanidade", tendo acrescentado que o
mesmo se configura como "uma aposta estratégica e qualificante que
gerará mais valias ao nível dos fluxos turísticos, científicos e
pedagógicos".
"O MIAA não vai ser só um Museu de Abrantes e da região, vai ser um
equipamento cultural e de preservação da memória do país", sublinhou,
tendo assegurado que o estudo das coleções de arqueologia de João
Estada "vai obrigar a reescrever a história".
Maria do Céu Albuquerque disse ainda que o MIAA é "um projecto de
primeira linha", tendo sublinhado que o executivo que lidera "está a
criar todas as condições para a sua execução", nomeadamente através de
candidatura a fundos comunitários.
Além do espólio da Fundação, o futuro Museu irá também albergar as
obras doadas ao município pela pintora Maria Lucília Moita e pelo
escultor Charters de Almeida."
PERGUNTA-SE:
Quem autorizou a construção de um edifício com uma tal volumetria
(equivalente a um prédio de 10 andares) em pleno Castelo de Abrantes
(Imóvel de Interesse Público desde 18/7/1957), junto ao antigo
convento de S. Domingos (Imóvel de Interesse Público desde 21/12/74) ?
O IGESPAR ? A DR de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo ?
Que "especialistas" atestaram a qualidade e autenticidade de "uma
colecção de peças arqueológicas referentes ao período anterior à
fundação da nacionalidade e relacionadas com a Lusitânia", que inclui
um colar com várias reproduções da máscara funerária de Agamemnon ?
Terá o Instituto dos Museus e da Conservação sido consultado sobre o
programa, o acervo e o projecto deste Museu ?
Quem vai pagar os (previstos...) 18 milhões de euros que este projecto
? Será o tal Estrada, ou serão os munícipes e demais contribuintes ?