Inscriptions Latines d?Aquitaine -
Bordeaux Está em distribuição o resultado de mais uma aturada pesquisa epigráfica levada a cabo, no quadro de um projecto longamente acarinhado, por investigadores de Ausonius, o centro que sucedeu ao Centre Pierre Paris, da Universidade de Bordéus III. O espaço ora contemplado é a cidade de Bordéus (a sede galo-romana dos Bitúrigos Viviscos) e quem lançou mãos à tarefa de actualizar todo o corpus epigráfico dessa singular cidade gaulesa foram Louis Maurin (o arqueólogo de Saintes?) e Milagros Navarro Caballero, que denodadamente se tem dedicado aos estudos epigráficos como fonte histórica, num incessante retorno à pedra. Grosso volume, de quase 700 páginas, editado, como é habitual, por Diffusion de Boccard (de Paris) para o centro Ausonius: Bordéus 2010 [ISBN: 978-2-35613-025-9].
A obra obedece aos critérios de estudo epigráfico que sabiamente foram
inoculados nos seus colaboradores por Robert Étienne e que tiveram no volume II
das Fouilles de Conimbriga, em
Assim, na longa e substancial introdução (p. 19-158), após a explicitação acerac dos critérios usados na apresentação do corpus, na classificação das epígrafes e na sua edição, aborda-se, no I capítulo, o contexto histórico e geográfico em que as inscrições foram gravadas; no II, as deduções que já podem fazer-se, a partir das inscrições, acerca da onomástica e do estatuto pessoal da população da cidade dos Bitúrigos Viviscos (é prestada uma atenção especial à ?simplificação onomástica?, tema que se revela muito útil quando se pretende, através da antroponímia, estabelecer cronologias ou determinar estatutos sociais); no III, as questões cronológicas; no IV, um assunto sempre oportuno também: como se descobriram e foram transmitidas as inscrições e quais as que ainda têm paradeiro desconhecido.
Fica-se, pois, com um quadro das conclusões antes mesmo de se entrar
propriamente no corpus (p. 159-602),
com a análise individualizada de cada epígrafe, pela ordem que já é habitual
adoptar-se: as que se prendem com a religião (30 textos), com os imperadores
(4), com a vida pública (14), os epitáfios (segundo a ordem do nome dos
defuntos, depois a dos dedicantes e, finalmente, a idade ? do nº 49 ao nº 362),
os fragmentos, as inscrições em objectos diversos (instrumentum)? Completam o volume os imprescindíveis índices epigráficos, muito circunstanciados (trata-se, não o esqueçamos, de uma obra de consulta e os índices desempenham, pois, um papel primordial) e as tábuas de concordância com outros corpora já publicados. Cumpre-nos, pois, fazer nossas as palavras com que Jean-Pierre Bost termina o prefácio da obra, agradecendo aos autores «a rica informação que a sua análise paciente e minuciosa proporciona à comunidade científica» e augurando que o resultado «desta excelente pesquisa obtenha o legítimo sucesso que merece». José
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