Changing Landscapes Como foi noticiado, realizou-se, na manhã do passado dia 4 de Dezembro, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, a apresentação do livro Changing Landscapes - The impact of Roman towns in the Western Mediterranean, uma iniciativa do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora, que teve como coordenadores editoriais os professores Cristina Corsi e Frank Vermeulen, da equipa que, na actualidade, superintende aos trabalhos arqueológicos em curso na cidade romana de Ammaia (S. Salvador de Aramenha, Marvão). Procurei tecer algumas considerações acerca da oportunidade da orientação metodológica que, no domínio da Arqueologia, se está a seguir para bem enquadrar os vestígios encontrados no horizonte espacial, no território em que eles se inserem; e para se compreender porque é que a dinâmica cidade - campo assume cada vez maior importância neste dealbar do século XXI, nomeadamente se atendermos a que ganham vulto projectos de hortas urbanas, na tentativa de se quebrar uma indesejável dicotomia entre a cidade e o campo, quer no que respeita às actividades económicas quer até - e dir-se-ia, sobretudo - no que concerne às mentalidades, uma vez que as acessibilidades e os meios de Comunicação Social tendem a minimizar diferenças que foram maiores em épocas anteriores. E até nos poderemos interrogar se o panorama que vemos no ager das cidades romanas, polvilhado de villae que eram residência das elites locais, a exercer funções e actividades em meio urbano, se não enquadra, afinal, numa dicotomia artificial, já então inexistente. E se as hodiernas noções de tempo e de espaço e do maior ou menor uso de solos mais ou menos férteis (de classe A, B ou C) poderão, sem mais, ser aplicáveis a um mundo que de nós dista mais de dois atribulados milénios. O livro dá conta, pois, das intervenções feitas por especialistas de países do Ocidente Mediterrânico, que em Castelo de Vide e Marvão se haviam reunido, de 15 a 17 de Maio de 2008, com o objectivo de partilharem pontos de vista acerca do que, nos respectivos territórios, se havia passado em época romana: que impacto teve na paisagem e nas gentes a implantação de um aglomerado urbano, criado de raiz ou simplesmente adequando-se a uma ocupação humana preexistente. Vasco Mantas - que, em determinado período, também superintendeu aos trabalhos arqueológicos em Ammaia - salientou, depois, a actualidade do debate e demorou-se na análise atenta de cada um dos textos insertos no volume, destacando o que de mais original se podia retirar de cada um. A obra, de mui excelente apresentação gráfica e ilustrada, foi editada em Bolonha, pela cooperativa Ante Quem (ISBN: 978-88-7849-055-0); tem 396 páginas em formato A4 e está datada de 2010. Juntam-se, em anexo a esta nota, as duas páginas do índice, que permitem ajuizar melhor do interesse do volume. José d'Encarnação
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