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Mensagem

[Archport] S. Gião da Nazaré

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] S. Gião da Nazaré
From :   Francisco Lemos <sandelemos@gmail.com>
Date :   Sat, 5 Mar 2011 13:13:56 +0000

Na sequência de uma troca de mensagens na lista Museum sobre o acesso de visitantes à Catedral da Guarda foi enviada esta mensagem que penso ter cabimento na Archport. O estado do templo de S. Gião da Nazaré era um assunto que já discutia como imperativo nas reuniões da Comissão Nacional de Arqueologia do IPPC nos inícios da década de 80 do século passado. Como todos sabem é um monumento singular num contexto ambiental relevante. Uma pérola. 
Porque motivo está o projecto parado? 
O actual SEC, inquirido há meses sobre o problema por um deputado da região, embrenhou-se em justificações quase delirantes e referiu mesmo (eu ouvi na transmissão em diferido no Canal ARTV) que numa visita ao local tinha sido "ameaçado" por cães que ladravam com violência. E pouco esclareceu.... 
Porque se gasta dinheiro em obras inúteis como a do Museu dos Coches e se insiste na transferência do MNA e não se aplicam as verbas no estudo e conservação de relíquias como S. Gião ou São Frutuoso? Infelizmente a moda do "novo" está a alastrar: o Governo Regional dos Açores e a Câmara Municipal de Ponta Delgado, projectam construir dois, repito dois, Centros de Arte Contemporânea na mesma ilha. Em Lisboa a EPUL terá financiado ilegalmente o Benfica e o Sporting em 18 milhões de euros, afirma o Tribunal de Contas. Tudo isto e muito mais é pago obviamente pelos contribuintes portugueses e da UE os quais aliás nem sequer são ouvidos.

Francisco Sande Lemos

PS: eliminei as imagens por excederem o limite estabelecido.


Mensagem de Carlos Fidalgo para a Lista Museum

Subject: Re: [Museum] Sé da Guarda

Um outro caso paradigmático das políticas culturais ou patrimoniais deste país que encontra enquadramento na temática agora em debate é a Igreja de São Gião localizada na Freguesia de Famalicão, Concelho da Nazaré.
Desde os principios da década de 80 que aguarda obras de restauro e conservação. Em 2006 foi colocada uma cobertura que "tapa" por completo a leitura dos alçados, além de impedir o acesso ao público.
A situação é de tal forma gravosa que a zona que foi escavada e posteriormente tapada com tela e um passadiço de madeira encontra-se completamente "podre".
Penso que o problema de São Gião não é único, infelizmente, mas contribui para percebermos, ou não, as políticas de conservação do nosso património.
Assim como está não dá hipótese de ser visitada nem sequer de se estudar, a quem interesse, evidentemente.
O problema que parece perdurar apenas releva a incapacidade das autarquias em conseguir resolver os problemas dos edificios classificados como de Interesse Nacional ou de Interesse Público uma vez que nada podem fazer sem o acordo/intervenção do poder central, descentralizado, entenda-se, no IGESPAR I.P. e DRCLVT, neste caso.
Acalento, contudo a esperança que aquele local seja objecto de um "olhar" atento por quem detém a responsabilidade de zelar pelo mesmo, caso contrário, faça-se aquilo que venho defendendo públicamente há uns tempos para cá, desclassifique-se.
Segue imagem em anexo:
 
Cordialmente
 
Carlos Fidalgo

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