Barragem romana de Belas
degradada Nas margens da ribeira de Carenque está um monumento classificado em
1974 como Imóvel de Interesse Público, que hoje em dia vive ofuscado pelo
aqueduto das Águas Livres, em melhor estado de conservação e alvo de visitas
turísticas. Datada do século III, a antiga barragem é uma das maiores do mundo
romano, com cerca de quinze metros de comprimento, sete de largura e uma altura
de oito metros, estando escondida entre a vegetação. O presidente da Junta de Belas, Guilherme Dias, lamenta que o património
arqueológico da freguesia esteja ao abandono, considerando que a recuperação de
alguns dos monumentos da zona poderiam permitir criar um importante pólo de
turismo. “É triste. A barragem já tem dezoito séculos. Na freguesia de
Belas temos vários monumentos deste género - as três antas da freguesia, as
minas romanas do Suímo e o espaço arqueológico das Camelas - todos eles ao
abandono e é pena”, disse. Para o arqueólogo Rui Oliveira, a barragem até já teve “piores
dias”, mas o importante era “fazer um estudo mais
aprofundado” do monumento, que é procurado por outros arqueólogos
ingleses e alemães. “A situação não é calamitosa” mas “podia-se fazer um
trabalho de investigação mais profundo, porque a parte de dentro da barragem
nunca foi escavada. Como não está em risco, as entidades que gerem a barragem
optaram sempre por outras mais prementes”, disse. Rui Oliveira considera que seria importante desenvolver iniciativas de
divulgação da importância deste monumento, aproveitando recursos como os do
grupo de teatro que faz a animação aos visitantes do Aqueduto das Águas Livres. “Quando as pessoas vão visitar o aqueduto e assistem à interacção
entre os vários actores que retratam os tempos da Rainha Carlota Joaquina, era
importante que também vissem a barragem, que, em termos históricos, é o mais
importante que está naquele local”, adiantou. Para o arqueólogo da Assembleia distrital de Lisboa, Guilherme Cardoso,
este é um monumento “muito importante” que, embora até à data ainda
não se consiga comprovar que seria a estrutura utilizada para fornecer água à
cidade de Olisipo, o mais certo é que era dali que era feito o abastecimento. Guilherme Cardoso lamenta a pouca importância que se tem dado à
barragem, e que uma forma de dinamizar e explicar a sua importância poderia
passar por “criar circuitos” integrados de visitas aos vários
monumentos da envolvente. O arqueólogo afasta a ideia de que a “arqueologia não é
rentável” e que por essa razão não se investe nesta área: “Quando
vamos para o Egipto, vamos ver arqueologia, e quando se vai a Mérida é para ver
as ruínas. O problema é o investimento”. Guilherme Cardoso adianta que é importante “manter o local limpo,
uma vez que as árvores e as ervas acabam por danificar a barragem”,
temendo ainda que as estradas da zona envolvente possam contribuir para a
degradação do monumento. A mais antiga referencia à barragem romana de Belas remonta
ao século XVI quando Francisco de Holanda escreve ao Rei D. Sebastião afirmando
que seria importante transportar águas livres a Lisboa, mencionando a
existência de um “muro larguíssimo e forte que lhe represava a agua de um
vale em uma lagoa ou estanque”. (ES) http://www.hardmusica.pt/noticia_detalhe.php?cd_noticia=8343 *** ******* This message contains information which may be confidential and privileged. Unless you are the addressee (or authorized to receive for the addressee), you may not use, copy or disclose to anyone the message or any information contained in the message. If you have received the message in error, please advise the sender by reply e-mail and delete the message. |
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