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[Archport] Evocação de Maria Maia

To :   "archport" <archport@ci.uc.pt>, "museum" <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Evocação de Maria Maia
From :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>
Date :   Thu, 14 Jul 2011 15:58:31 +0100

            Só agora acedi ao computador e era minha intenção voltar a telefonar ao Manuel, a saber novidades, porque ontem já soubera por Luís Fraga da Silva e r ele próprio que o estado de Maria Maia era de nula esperança quanto a uma possível recuperação. Acabo de lhe telefonar a dar aquele abraço de solidariedade e de mui sentidos pêsames, somente aliviados pelo consolo de saber que a Maria faleceu confortada pelos sacramentos da Santa Madre Igreja. Que descanse em paz quem foi, toda a vida, uma lutadora!

            Conheço o ‘casal Maia’ (como na roda de amigos os identificamos) desde os bancos da Faculdade de Letras de Lisboa, onde fomos discípulos de D. Fernando de Almeida e com ele fizemos as respectivas teses de licenciatura. Terminada esta, voltámos a encontrar-nos noutros bancos, o do Museu Nacional de Arte Antiga, onde fizemos o Curso de Conservador de Museus – daí a dupla orientação que teve a vida de cada um de nós: a investigação arqueológica e o labor museológico (evocado este, em anterior mensagem, pelo Dr. Luís Raposo).

            Saídos, por circunstâncias várias, do ‘território olisiponense’, demandaram Castro Verde, onde deixaram obra feita: já José Morais Arnaud recordou o Museu da Lucerna, na sequência do extraordinário achado em Santa Bárbara de Padrões (que, a meu ver, não tem sido suficientemente valorizado) e eu permitir-me-ia lembrar a identificação do chamado ‘signário de Espanca’, que na altura suscitou enorme interesse e hoje se mantém como importante documento da ‘escrita do Sudoeste’. Daí abalaram para Tavira, onde fundaram o Campo Arqueológico, verdadeiro motor da pesquisa na região, aí exercendo também funções oficiais.

            Estiveram connosco em Tróia, quando, em Outubro passado, ali nos debruçámos sobre a família dos Cornelii Bocchi - e foi mais uma ocasião para se evocarem as campanhas realizadas por D. Fernando e, justamente, a investigação pioneira que a Maria levara a efeito sobre a terra sigillata desse sítio arqueológico.

            Foi assídua a sua presença nos colóquios de Arqueologia do Algarve levados a efeito pela Câmara de Silves e aí deram conhecimento da novidade (já assinalada): a documentada presença fenícia em Tavira.

            Resta-nos, pois, aos amigos rezar pelo seu eterno repouso e honrar a sua memória!

 

                                                                                                                                                                                José d’Encarnação

 

 


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