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Re: [Archport] "Notícias Alegados achados com 2 mil anos nos Açores são extemporâneas e sensacionalistas - CEAM

To :   ceam@sapo.pt
Subject :   Re: [Archport] "Notícias Alegados achados com 2 mil anos nos Açores são extemporâneas e sensacionalistas - CEAM
From :   Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>
Date :   Tue, 19 Jul 2011 13:06:52 +0100

"Falando de Fenícios"

Publicado na União, Terça-Feira, dia 19 de Julho de 2011, em Actualidade
Este é um tema que, repentinamente, captou as atenções em Portugal Continental e Ilhas - mas pelas razões mais estranhas e inesperadas - Foram encontrados supostos vestígios Fenícios nos Açores!
Notícias de achados assim como de interpretações mais ou menos fantasiosas sobre os mesmos, relacionando-os com Fenícios e Cartagineses, sempre foram palco de divertidas discussões nos Açores, em tom amigável, embora fugindo para o cinismo entre alguns. Porém, jamais se assistiu a um levantar da opinião pública tão desmesurado, artificial e despudorado como o de agora.  
Em vez de sugerir a curiosidade, este tema, apresentado por uma Associação de Arqueologia (APIA) e, principalmente, por um Arqueólogo (Doutorando em arte rupestre) ainda novo (nestes assuntos a idade conta!) logo sofre por parte de outra entidade semelhante (O CEAM, que tem, “desde 2008, dedicado parte da sua actividade arqueológica nos Açores, pondo em prática o projecto EAMA- Estudo da Arqueologia Moderna na Região Autónoma dos Açores, com o apoio de meios universitários portugueses e organismos governamentais e municipais”) um ataque cerrado que mereceu mesmo um “Comunicado” oficial da mesma, à Imprensa.
O mais surpreendente, no entanto, é a atitude de outros indivíduos e Instituições locais, que em vez de fomentarem, incitarem mesmo, a investigação aprofundada do assunto, levantam uma voz dissuasora, procurando toda a sorte de argumentos em contrário! Entre estes contam-se, por exemplo (na Ilha do Corvo, comentando a existência de possíveis hipogeus) o testemunho de alguém, que em criança, terá feito buracos no solo para esconder porcos… note-se que alguns destes “buracos” são inacessíveis quer a crianças quer a porcos! Sem contar que se trata de dezenas deles. Não seria esta simples contradição suficiente para suscitar curiosidade? Especialmente numa Ilha onde já foram encontrados vários vestígios de estadia de outra gente? Não seria este o caso de questionar a entidade responsável pela investigação arqueológica na Região?
No entanto, é o contrário que acontece. A acusação feita pela CEAM a Nuno Ribeiro de agir ao “gosto da filmografia de Indiana Jones” revela uma atitude cínica, preparada para o ataque através da ridicularização, absolutamente contrária à da curiosidade científica que deveria presidir ao relacionamento entre estas instituições.
É caso para perguntar – trata-se afinal de ciúme? Ou de receio de mal cumprimento do contrato (o que traria como consequência, talvez, alguma forma de “reprimenda”?) 
Já outras vozes discordantes terão outras razões.
O que dizer, por exemplo, da afirmação de Maduro Dias à Imprensa?

 

O presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Francisco Maduro Dias, resume a "cafuas" de apoio às guarnições militares em Angra do Heroísmo, Açores, …/… desvaloriza a tese dos investigadores, esclarecendo que as escavações na rocha que encontraram se destinavam apenas a servir de abrigos militares nos séculos XVI e XVII, e ainda para a recolha de água. "Entre a fantasia e a realidade", para Francisco Maduro Dias, a visão apresentada pela APIA tem "muito mais de fantasia". 

 

Já terá ele visto as “escavações” referidas? Já terá visto os lugares onde diz que os militares se iriam abrigar? Como sabe que “se destinavam apenas a servir de abrigos militares nos séculos XVI e XVII” Investigou? Ao menos, já teve a curiosidade de ir ao local observar com os próprios olhos? 
Suponho que não, porque, se assim fosse, não falaria na utilização para recolha de água, quando quase ao lado das referidas grutas existe uma cisterna, essa sim, talvez construída pelos espanhóis (e funcionando ainda hoje). Como explicar esta duplicação de estruturas?

 

O que causa estranheza nas atitudes tomadas por todas estas pessoas e (em alguns casos) também pelas respectivas instituições, é não só a de negar sem querer ver, mas também a ênfase posta nessa negação, ênfase que não é substanciada por comprovativos (uma vez que agem também elas sem comprovativos, tal como acusam a outra parte de o fazer). Por exemplo:

 

 “Diz a história e os documentos que aquelas grutas foram estruturas de apoio militar, propositadamente criadas para aquele efeito. Não tenho nenhuma razão para acreditar que aquilo seja outra coisa", diz ao PÚBLICO Francisco Maduro Dias, presidente do Instituto Histórico da Ilha Terceira,

 

Que documentos dizem isso? Referem-se precisamente a que grutas? Como “não tenho nenhuma razão para acreditar que aquilo seja outra coisa”? 
Já teve a curiosidade de ir ver, agora, sob esta óptica da hipótese sugerida? Comparar as diversas estruturas das grutas com as supostas funcionalidades (de apoio militar) que diz ser a sua razão de ser? Só assim se justificaria tal afirmação. Tudo o mais é apenas conformismo com a “história” ou com o senso comum: aceitação como um “dado adquirido”, que é o maior inimigo do espírito científico.

 

Este é apenas um exemplo das atitudes, simultaneamente negativas e agressivas, que criam a situação de absoluta esterilidade, na qual a produção científica se vê a braços com uma dupla luta: por um lado contra o senso comum, que realmente coloca dificuldades a esta hipótese, e por outro, a das Instituições, pretensamente criadas para lhe darem suporte, mas que parecem apostadas no contrário.

 

Vejam-se ainda estes outros “depoimentos”: 

 

Não existem meios que sustentem a existência humana [nas ilhas] antes dos portugueses", comentou o investigador Monge Soares, actualmente no Instituto Tecnológico e Nuclear, em Sacavém. Ideia igualmente partilhada por Ana Arruda, arqueóloga e professora na Faculdade de Letras de Lisboa.

Público, 13.07.2011 - 13:00 Por Cláudia Carvalho 

 

Segundo todos eles, deveríamos olhar as dissonâncias que se nos deparam a todo o instante com a firme convicção de que são apenas fantasias (talvez inspiradas no Indiana Jones), que a “verdade” já foi encontrada e que só nos resta viver felizes e contentes com ela…


Antonieta Costa"


http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=24623


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