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[Archport] Rei morto, rei posto e as tutelas do património

To :   ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Rei morto, rei posto e as tutelas do património
From :   Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho <mariabaptistaramalho@hotmail.com>
Date :   Sat, 3 Sep 2011 22:11:34 +0000

 Ortofrenia

 

Aclamações

Aclamações do edifício inexpugnável

aclamações por já termos chapéu para a solidão

aclamações

por sabermos estar vivos na geleira

aclamações

por ardermos mansinho junto ao mar

aclamações

porque cessou enfim o ruído da noite a secreta alegria por escadas de caracol

aclamações

porque uma coisa é certa: ninguém nos ouve

aclamações

porque outra é indubitável: não se ouve ninguém.

 

Mário Cesariny

 

O "reinado" do Dr. Couceiro no IGESPAR acabou! Talvez por influência das instalações, julgou-se este senhor “um rei no seu Palácio” tratando tudo e todos como seus súbditos. Aplausos para o seu  invisível legado à semelhança de outro senhor que por lá também passou.  
Ficamos na despedida a saber, depois de tudo o que há para fazer e as dificuldades existentes,  que este Instituto deverá ter "um importante papel ao serviço da indústria do turismo". Surreal para não dizer mais....
 
Aguardemos então com a serenidade que ainda nos é possível, mais uma mudança, depois de uns últimos tempos de desgaste, de dificuldades, de falta de perspectiva e ideias, mas também um tempo em que houve dedicação de muitos que acreditaram que não é com pedidos de reforma e turismo que se cumpre um dos mais importantes deveres do Estado na área da Cultura.
 
Nesta mudança que se aproxima falta saber, finalmente, que modelo de gestão se pretende? Regional, Central? Correu mal, muito mal esta última experiência, ainda hoje andamos todos sem perceber bem como funcionam “as tutelas”…
 
Não será por falta de dinheiro (que certamente é importante) que se deixará de cumprir o essencial - promover a salvaguarda do Património Arquitectónico e Arqueológico -  mas sim por falta de conhecimento da realidade, por falta de estratégia, rigor e criatividade, por não acreditar que é importante o que se faz todos os dias e, sobretudo, por ignorar as pessoas que há anos trabalham no sector. É cada vez mais urgente que nestas mudanças se lembrem de tratar os funcionários como seres humanos e não como números, num verdadeiro exercício de democracia que cada vez mais parece afastada da nossa realidade política.
 
Aguardemos então os novos episódios desta já longa telenovela palaciana.
 
Boa noite a todos
 
Maria Ramalho 

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