[Archport] A envolvente paisagística das Sete Fontes afectada.

[Francisco Sande Lemos <sandelemos@gmail.com>]

Tanto quanto sei o IGESPAR e a DRCNorte são as entidades da tutela que devem agir com determinação pois sabem, por experiência de muitos anos e mesmo conhecimento pessoal que do Eng. Mesquita Machado (Presidente da Câmara Municipal de Braga) nada se pode esperar. Pois que façam cumprir a Lei.

FSL

Fonte: LUSA

Braga: Autarca de S. Victor critica abate "indiscriminado" de árvores na zona de proteção das Sete Fontes

21 de setembro de 2011, 14:32

O presidente da Junta de S. Victor, em Braga, classificou hoje de “crime de lesa património” o abate “indiscriminado” de árvores na zona especial de proteção das Sete Fontes, naquela freguesia, registado nos últimos dias.

“Foram seguramente mais de quatro dezenas de árvores, entre castanheiros, carvalhos e pinheiros, abatidas de uma forma indiscriminada, naquela que foi uma página muito negra para a nossa freguesia”, disse, à Lusa, Firmino Marques.

Segundo o autarca, o abate começou a 07 de setembro, tendo nesse mesmo dia a Junta “feito soar todos os alarmes para evitar que a coisa alastrasse”.

A ocorrência foi denunciada à Câmara de Braga, à Direção Regional de Cultura do Norte e à PSP.

“Muito estranhamente, só ontem [terça-feira] é que os proprietários dos terrenos foram notificados do embargo do abate. Durante todos estes dias, aquela zona especial de proteção foi grosseiramente violada”, criticou o autarca de S. Victor.

O Complexo das Sete Fontes é uma obra de engenharia hidráulica única, datada do século XVIII, estando classificado como monumento nacional desde 29 de maio de 2003.

Em maio de 2011, o então secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, instituiu a zona especial de proteção ao complexo, para garantir a proteção do monumento e do espaço envolvente, “com destaque para o vale em que se localiza o sistema e as colinas com relação paisagística direta”.

Trata-se de um sistema de abastecimento de água a Braga, constituída por sete fontes, em pedra aparelhada, de planta circular e teto em abóbada, a que se juntam ainda minas construídas em pedra por conduta e galeria, que serviu a cidade até 1913, quando a água do Cávado chegou até aos reservatórios de Guadalupe.

Em 1934, o caudal foi estimado em 500 mil litros por dia.

Ainda hoje, as Sete Fontes abastecem uma centena de edifícios, quase todos de habitação, mas também os imóveis do Governo Civil e do Inatel.

“Eu próprio ainda bebo água de uma bica das Sete Fontes”, disse Firmino Marques. 

@Lusa