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Re: [Archport] Pedido de informação: número de participantes voluntários não arqueólogos

Subject :   Re: [Archport] Pedido de informação: número de participantes voluntários não arqueólogos
From :   Leonor Medeiros <lapmedeiros@gmail.com>
Date :   Fri, 7 Oct 2011 17:05:18 +0100

Boa tarde,
 
Venho fazer uma pequena actualização quanto a esta questão que lancei na archport há algum tempo atrás.

Recebi algumas informações e ideias interessantes de 7 pessoas e projectos, a quem muito agradeço a disponibilidade e o tempo para pensarem este assunto e me fazerem chegar os dados.
 
Resumindo:
Não há nada organizado em torno desta temática; são dados que são até certo ponto incluídos nos relatórios dos trabalhos arqueológicos mas que não são analisados autonomamente ou sistematizados.
Levanta a sugestão de que a tutela da Arqueologia inclua normas quanto à informação que lhes é enviada, especialmente num sentido mais proactivo (de permitir uma fácil leitura da informação que sai dos relatórios hoje e que a comunidade científica precisa com brevidade para poder melhor compreender e analisar as realidades com que se depara hoje) e não tanto de apenas preservar a informação para um dia futuro.
 
Surgem claramente muitos voluntários dos programas de Ocupação de Tempos Livres das Câmaras Municipais, ou dos programas com o IPJ. Estes projectos são muitas vezes os geradores dos primeiros contactos entre os jovens e a Arqueologia, levando a que por vezes estes sigam essa área científica ou apenas ajudando a confirmar o que já era o seu projecto.
 
Embora a grande maioria dos voluntários sejam estudantes de Arqueologia ou antigos alunos, é patente o interesse por parte de outros, quer vindos de áreas próximas (como antropologia ou restauro) quer de outras, seja a nível do secundário ou já profissionais (advogado, guarda prisional, etc.).
 
Um caso interessante vem da especificidade da Arqueologia Náutica e Subaquática. Uma área que, devido aos especiais requisitos da prática, tem uma forte base de apoio na participação de voluntários de outras áreas. Isto porque não abundam os licenciados em Arqueologia, com curso de mergulho adequado (não apenas o básico), o equipamento e a experiência para efectuarem os trabalhos não só com o à vontade necessário para realizar com qualidade e exactidão os registos, mas também pelas questões de segurança inerentes ao contexto. Assim, este tipo de projectos acaba por contar com pessoas que vêm de outras profissões mas com o equipamento e a experiência adquirida que os tornam membros valiosos das equipas. Interessante que a própria Convenção da UNESCO sobre o património subaquático já contemple esta situação.
 
É inegável o interesse que esta cooperação tem, quer para os arqueólogos quer para os outros profissionais que nelas participam, seja por fornecerem a estes a oportunidade de contactarem de perto com uma área que os fascina mas que não seguiram profissionalmente, ou com a qual interagem indirectamente mas beneficiam de saber mais sobre ela (caso dos arquitectos), seja por estes trazerem conhecimentos que por vezes beneficiam quer os trabalhos de campo quer os projectos em si.
Aliás, o potencial do impacto social da inserção destes voluntários não arqueólogos é grande, bem como especialmente na inserção dos jovens das áreas estudadas, fornecendo-lhes uma ocupação que os põe simultaneamente em contacto com o seu património e herança histórica.
 
Este tema fez surgir até a proposta de aproveitar este nicho de mercado, que tem procura noutros países, que permita a participação de interessados ou curiosos em escavações arqueológicas mediante pagamento. Isto porque, em vários casos de escavações, os turistas de apresentam como interessados, e serão um público potencial que forneça mais benefício do que esforço às equipas dos trabalhos arqueológicos.
 
Espero que estas ideias possam vir a ser úteis ou de interesse.
Mais uma vez obrigada a todos os que contribuíram.
 
Cumprimentos,
 
Leonor Medeiros
 
 

 
No dia 25 de Agosto de 2011 17:14, Leonor Medeiros <lapmedeiros@gmail.com> escreveu:
 
Boa tarde,
 
Será que alguém me pode ajudar com uma informação:
 
Procuro ter uma ideia do número de participantes voluntários em escavações arqueológicas, que não são arqueólogos/estudantes de arqueologia.
 
Se me puderem dizer algo como: "dos 50 voluntários que tive este ano 40 eram arqueólogos/estudantes de arqueologia e 10 eram apenas interessados que vieram de outras actividades profissionais, como por exemplo informática"
Ou "Nunca ninguém me contactou nesse sentido", "Não aceito"
...
São úteis dados quer deste ano / ano passado/ ao longos dos últimos dez anos...
Noções das faixas etárias também podem fornecer informações interessantes.
 
O objectivo será integrar essa informação num artigo a realizar com a Agência Lusa sobre as pessoas que dão parte das suas férias para participar em trabalhos de Arqueologia. Para ter alguma percepção do interesse e adesão dos não arqueólogos nos trabalhos de campo em Arqueologia.

Será seguramente um valor relativo mas a questão suscitou interesse na redação e concordo que pode estimular o público e os profissionais.
 
Quem sabe, talvez um dia haja uma estrutura a nível nacional que permita afinar estes números?
 
 
Agradeço a atenção e as respostas.
 
 
Cumprimentos,
 
Leonor Medeiros
 
 


 
 
 --
 
Leonor A. P. de Medeiros
 
Tel.: 96 603 21 26 / 91 301 67 47
lapmedeiros@gmail.com


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