Em 31 de Outubro de 2011 passam 40 anos sobre o início da notável descoberta arqueológica do que viria a ser conhecido como o complexo de arte rupestre (pré-histórica) do vale do Tejo.
A Associação de Estudos do Alto Tejo e a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão consideraram oportuno agendar, para o próximo dia 28 de Outubro, em Vila Velha de Ródão, uma sessão pública para assinalar esta data, conforme Programa anexo.
Este complexo gráfico, pré-histórico, de grande dimensão (com mais de 10.000 grafismos), que se concentra entre os concelhos de Vila Velha de Ródão e Nisa (também presentes em afluentes do Tejo abrangidos por outros municípios), pode considerar-se uma das mais importantes descobertas arqueológicas feitas em Portugal no século XX. É reconhecido o seu elevado valor científico, de escala europeia, e seu estatuto como património cultural.
Contudo, a arte rupestre do Tejo não adquiriu a notoriedade de um outro conjunto de arte antiga, situado a Norte e divulgado mais de 20 anos depois, a arte paleolítica do Côa. Entre as causas de tal diferenciação podemos identificar diferentes conjunturas político-sociais e, talvez, o facto de a grande maioria das gravuras ter ficado fora da atenção pública, submersa pelas águas da barragem de Fratel.
Mas, no domínio científico, o património gráfico do Tejo tem sido objecto de inúmeros estudos, onde se destacam dois dos mais antigos investigadores desta realidade, António Martinho Baptista e Mário Varela Gomes. Este último, é autor da mais monumental obra, e do mas completo corpus, da arte do Tejo, ainda inédito, que foi objecto da sua dissertação de doutoramento, no final de 2010, na Universidade Nova de Lisboa.
A descoberta da Arte do Tejo e o seu subsequente salvamento pelo registo até meados dos anos 70, só possível graças aos apoios concedidos pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi uma verdadeira escola de vocações e de maturação, por ali tendo passado uma notável geração de investigadores. Na sessão comemorativa do dia 28 de Outubro vamos conhecer testemunhos de vários protagonistas desta descoberta.
A arte do Tejo é mais uma valia para o nosso desenvolvimento mas para isso temos de conhecer melhor aquele património, por usufruto directo, tal como já foi proposto às entidades de quem depende a concretização desse objectivo, e através da sua divulgação, começando pela publicação da tese de Mário Varela Gomes.
Nessa linha, e para formalizar o reconhecimento público do valor da arte do Tejo, a AEAT e a CMVVR solicitaram ao IGESPAR a classificação do conjunto de sítios associados ao complexo de arte rupestre do Tejo como Património Cultural de importância nacional.
Mensagem anterior por data: [Archport] O início da descoberta da Arte Rupestre do Tejo há 40 anos. | Próxima mensagem por data: [Archport] MUSEUS E SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] O início da descoberta da Arte Rupestre do Tejo há 40 anos. | Próxima mensagem por assunto: [Archport] O Inverno da investigação, por Diogo Ramada Curto |