Ora viva,
- Titulo da tese: Os nós da arqueologia: leituras da paisagem e memória na igreja de Nossa Senhora da Saúde, Rio de Janeiro – RJ
A capela foi construída em 1742, pelo comerciante de escravos Manoel da Costa Negreiros em devoção a Nossa Senhora da Saúde, no alto de um morro junto à faixa litorânea com destaque na paisagem da região atuando como ponto de referência para viajantes e navegadores da baía da Guanabara. O nome Saúde passou a nominar o morro e depois o bairro, e a capela a agir como um vetor na expansão urbana da cidade do Rio de Janeiro juntamente com o novo porto. A partir do século XVIII, a paisagem da região sofreu um processo radical de transformação: de área alagada, de rocio da cidade o qual apresentava um litoral recortado por várias baías e ilhas, transformou-se em área seca, composta por sucessivos aterros e faixa litorânea retilínea, uma área totalmente introduzida no núcleo urbano. Passando por várias transformações e proprietários estes vestígios nos chegaram ao século XXI quando encontramos com uma igreja abandonada, descaracterizada, inserida em uma área degradada, "sufocada" pela malha urbana atual, necessitando de restauro e de revitalização. O projeto de restauração da igreja contou com uma equipe multidisciplinar composta por historiadores, restauradores, arquitetos e arqueólogos. Através da análise dos resultados destas pesquisas foi possível a construção de diferentes "passados" os quais que se interpenetram e permanecem nesta que foi declarada patrimônio nacional a partir do seu tombamento (Processo nº 0036-T-38 de 02 de agosto de 1938). A partir da análise de uma massa de evidências e informações sobre a igreja, os arredores e sobre a cidade do Rio de Janeiro e seus habitantes, levantamos alguns indícios da presença e perpetuação de uma tradição judaica e da participação de múltiplos agentes, dentre eles, o judeu na formação de nossa sociedade. Utilizamos os conceitos teórico-metodológicos da "arqueologia simétrica", a partir dos quais a materialidade compreende uma "rede" encadeada por múltiplos agentes, o que possibilita mapear suas conexões no tempo e no espaço, ao invés de encerrá-la apenas em cronologias vazias e homogêneas. Estas conexões permitiram visualizar as redes de relações necessárias na formação e transformação do sítio, identificando os múltiplos agentes envolvidos na construção e manutenção do mesmo, percebendo ampliação destas redes de relações e comércio a partir das "coisas" recuperadas pela pesquisa. O vestígio produzido pelo ator ao ser abordado pelo arqueólogo passa a representar o ,,nó" ideal para compreender as conexões que formam a rede e, a partir de uma análise simétrica ser capaz de (re) caracterizar nossa relação com a materialidade que sobreviveu ao passado e a materialidade contemporânea. Ao se associarem a uma rede de ações duradouras, todas as "coisas" se transformam em atores e estas "coisas" representam o "nó" ideal para "receber" e "distribuir" as conexões que formam a rede (OLSEN, 2003, p.98). O nosso "nó" ideal é a materialidade recuperada pela pesquisa arqueológica dentro da qual destacamos a própria edificação e os azulejos que revestem suas paredes trazendo-nos indícios de uma memória "escondida".
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-14102011-161217/pt-br.php
b) Apresento esta ligação para quem gosta de Congressos de Arqueologia Clássica:
http://www.ceics.eu/media/upload/pdf/congres_arqueologia_divendres_angles_editora_60_14_1.pdf e http://www.ceics.eu/forum2011/program/14/whats-on-in-ceics-partners-and-allies-classical-archaeology
- Estes mapas podem ser úteis:
http://www.maps-for-free.com/
- O objectivo é construir uma cidade medieval planeada há mais de mil anos, esperando fomentar o túrismo nesta região particular da Alemanha.
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15438316,00.html
- 16 medidas para a implantação da Arqueologia Urbana no Brasil:
http://pnc.culturadigital.br/meta-sugerida/como-implementar-a-arqueologia-urbana-no-brasil
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