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[Archport] Estudo, Conservação e Musealização de Maciços Rochosos e Monumentos Funerários

To :   Archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Estudo, Conservação e Musealização de Maciços Rochosos e Monumentos Funerários
From :   António Correia <avantecomuna@iol.pt>
Date :   Wed, 19 Oct 2011 20:06:38 +0100

Encontram-se abertas até dia 31 de outubro as inscrições para a apresentação de comunicações e posters.

A inscrição é feita através do envio do título, resumo (desenvolvido, para apreciação pela Comissão Científica) e de 3 palavras-chave para o seguinte email
: mesaredonda.arterupestre@gmail.com

As comunicações contam com 20 minutos de apresentação.

Será enviada a confirmação de aceitação após a apreciação das inscrições pela Comissão Científica.

Após a aceitação pela Comissão Científica cada um dos autores deverá preencher e enviar a
ficha de inscrição para o email da Mesa Redonda.

As inscrições são gratuitas.

Objectivos

É frequente vir associado a estes termos de Conservação e Musealização, o de “preservação”, o que também se torna aceitável na medida que esta já não é entendida como uma ausência de qualquer intervenção – deixar tudo como está, como que “parado no tempo” ou sujeito à sua degradação dita corrente, ou normal –, desiderato dos primeiros movimentos ambientalistas, mas antes como intervenções contextuais e paisagísticas de carácter conservativo, de preferência minimalistas, destinadas a menorizar impactos/destruições de grande escala no património “cultural”, decorrentes de grandes intervenções no território (obras públicas e privadas, incluindo a modernização das explorações agrícolas e florestais, etc.) e a prolongar a vida dos “objectos” e “paisagens”. Em última análise, poderíamos considerar a escavação arqueológica de maciços e monumentos como uma acção extremamente transformadora, criadora de descontinuidade/aceleração no “normal” envelhecimento (degradação) dos sítios arqueológicos, que, sabemos, estarão inexoravelmente destinados a desaparecer. O mesmo relativamente ao estudo de superfícies gravadas e/ou pintadas que implique limpezas profundas, alterações do ambiente circundante dos sítios. E, deste modo, decorre do estudo a necessidade de intervenções de conservação, pelo menos em “monumentos” a que a comunidade, começando pelos arqueólogos, mas incluindo sempre outros profissionais e cidadãos, considerar de valor científico e patrimonial relevante. 

 

Variadas iniciativas de conservação, que vão das intervenções mais simples àquelas que incluem o restauro/reposição, seguidas de musealização, particularmente nos monumentos funerários, têm seguido paradigmas e critérios diversos. Na conservação de superfícies gravadas e/ou pintadas, as experiências têm sido mais pontuais, sendo de destacar o programa experimental levado a cabo pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa em 2004 e 2005, que criou situações de referência para aquele tipo de maciços de xisto e encetou intervenções conservativas em rochas não gravadas. Outras experiencias de gestão dos sítios, mormente com o controlo do acesso do público, também têm tido os seus frutos positivos e menos positivos.

 

Não é nossa intenção enumerar aqui nestas linhas gerais os resultados de um conhecimento que alguns especialistas já atingiram, mas antes procurar mostrar com esta Mesa Redonda, a um cada vez mais alargado número de intervenientes no estudo, conservação e musealização de sítios com arte rupestre, os resultados obtidos, um saber feito de experiências concretas. Se é certo que a monitorização posterior destes sítios tem contado com menos estudos publicados, a exposição de casos, a discussão pertinente dos métodos e objectivos técnicos e sociais/políticos em causa, bem como os resultados, carecem de um debate crítico (e até auto-crítico) que contribua para abrir caminhos a melhores e mais eficazes intervenções futuras. 

 

Caberá aqui também a abordagem relativa à legislação nacional e internacional – onde destacamos o princípio da salvaguarda pelo registo/estudo científico, ou a classificação dos bens patrimoniais em categorias claramente expressas na lei –, bem como outras que os intervenientes achem pertinentes, como a sobrevalorização do estudo em detrimento da conservação física, material, sempre dentro de um quadro de liberdade que esta Mesa Redonda pretende fomentar.

 

Esta Mesa Redonda não tem, à partida, públicos-alvo bem definidos embora o facto de ser realizada numa Faculdade que tem cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento em Arqueologia, História da Arte e Museologia (esta sem licenciatura), bem como mestrado em Turismo e em História e Património, se dirija também a estes estudantes e seus docentes. Porém, este tema é tão transversal, e na sua génese, tão interdisciplinar, que procurará envolver na exposição e debate pessoas com vários saberes/conhecimentos, sem separação entre as denominadas Humanidades e Ciências/Tecnologias. 

À semelhança da excelente experiência da Mesa Redonda I, também aqui os debates serão gravados e publicados juntamente com os textos das comunicações ou posters.
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Saúde e fraternidade,
António Correia
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