Faleceu Géza Alföldy Acabo de ser surpreendido
pela inesperada notícia de que faleceu Géza Alföldy, vitimado por um ataque
cardíaco enquanto, mais uma vez, visitava a acrópole de Atenas. Acrescenta a
informação recebida de que iria hoje receber mais um merecido doutoramento honoris causa, agora pela Universidade de
Corfu.
Escusado será dizer quanto os estudos epigráficos devem a Géza Alfoldy,
nomeadamente no que concerne à Península Ibérica. Marco
da maior importância a sua tese de doutoramento, Die römischen Inschriften von Tarraco, Berlim, 1975, que
recentemente actualizou no quadro da reedição do CIL II, de que era, com Armín
Stylow, entre outros, o principal obreiro e entusiasta. Recorde-se que o I
volume publicado, em 1995, dedicado à parte meridional do conventus Tarraconensis (CIL II2/14)
foi da responsabilidade da equipa que liderou. A cuidada investigação que levou
à revisão de muitas leituras e ao estabelecimento da actividade (e da
prosopografia) de muitos notáveis da Hispânia romana (por exemplo, Flamines prouinciae Hispaniae Citerioris,
Madrid, 1973; Los Baebii de Sagunto,
Valência, 1977; e tantos outros) e da correspondente organização
político-administrativa («El nuevo edicto de Augusto de El Bierzo
en Hispania. El
bronce de Bembibre. Un edicto del imperador Augusto.
Valladolid, 2001. pp. 11-27). No que respeita ao território português, a
sua interpretação do santuário de Panóias - «Die Mysterien von
Panoias (Vila Real – Portugal)»,
Madrider Mitteilungen 38 1997 176-246 - e a difícil reconstituição
de um cursus senatorial de Bracara Augusta «Um “cursus”
senatorial de Bracara Augusta», Revista de Guimarães 76 (3-4) 1966
363-372) constituirão trabalhos de referência sempre obrigatória. Era,
porém, repito, o mais entusiasta obreiro da nova edição do CIL II, a sua
preocupação constante, que gostaria de ter visto completada na sua maior parte. Muito
assertivo nas suas opiniões, não temendo a polémica, Géza Alföldy será sempre
recordado como um dos grandes epigrafistas de todos os tempos. Que
descanse em paz tão incansável lutador! Inclino-me, mui respeitosamente, perante a memória do grande
Cientista e do Amigo incondicional! José d’Encarnação |
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