Sem que ninguém me tenha encomendado o sermão posso dizer que o COLÓQUIO “QUE FUTURO PARA ARQUEOLOGIA ? “ultrapassou as minhas expectativas e o que se reflectiu e discutiu foi sem dúvida marcante, tendo sobretudo em conta o momento presente. Diria ainda que nada é perfeito e que teria sido importante, por exemplo, que o programa tivesse contado com uma maior presença das empresas de arqueologia, mas também de outras entidades (museus e universidades) situadas a Norte de Coimbra e a Sul de Lisboa. Relativamente à arqueologia empresarial, que acabou por ser um dos temas mais abordados, houve sem dúvida a oportunidade para que quem quisesse acrescentar algo o fizesse. De tudo o que foi dito, ficou-me a sensação de grande apreensão pelo momento presente e por isso julgo que o que importa agora fazer é o que eu apelidaria de Movimento de R.U.A. - R de REFLEXÃO (acho que já fizemos todos bastante) U de UNIÃO (está tudo por fazer) e A de ACÇÃO (a começar desde já). Reflectimos já todos muito, todos sabemos que está a terminar, de forma abrupta, o ciclo de crescimento, uma fase em que se desmantelam as Tutelas, reduzindo ao insuportável os meios humanos e financeiros, uma altura em que perigosamente se pretende também alterar a legislação existente, factores que, todos juntos, só poderão ter reflexos negativos sobre o património arqueológico e arquitectónico e sobre a classe. É também nessa perspectiva que irei enviar brevemente para o ARCHPORT um alerta sobre uma Proposta de Lei do Governo que considero bastante preocupante. Para que pelo menos se possa acautelar o pior é preciso que exista UNIDADE de todos os que trabalham no sector e é urgente AGIR, cada um no seu meio ou local de trabalho mas sobretudo, creio eu, no seio das associações existentes, pois não há tempo a perder. A mudança de atitude face às grandes questões que estão a colocar em risco a humanidade tal como a conhecemos é uma urgência, temos cerca de 5 anos (já amanhã !) para o concretizar, lembrando aqui as palavras de Tim O’Riordan a semana passada numa conferência na Gulbenkian a propósito de um livro intitulado “The Limits To Gowth” um clássico da literatura dedicada ao ambiente. Esta urgência, esta mudança de paradigma toca a todos e a Arqueologia não passa ao lado... Desde já sugiro à AAP – José Arnaud, para que todos possam ter mais facilmente acesso ao que se passou neste COLÓQUIO, que sejam solicitados os textos aos participantes, não os finais destinados à publicação pois isso demora um tempo que não se coaduna com a presente situação, mas apenas os resumos. Estes textos deveriam ser colocados no ARCHPORT, esperando que daí surjam mais ideias e mais formas de AGIR. Cumprimentos a todos Maria Ramalho |
Mensagem anterior por data: [Archport] Apresentação da revista OPPIDUM: n.º 5 / ano 6 / 2011 | Próxima mensagem por data: [Archport] Chárter |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] O Património Genético Português | Próxima mensagem por assunto: [Archport] opinião no blogue de encerramento |