A notícia da não recondução do nosso Colega e Amigo, Dr. Luís Raposo nas funções que vinha desempenhando é, para mim, bem demonstrativa da índole de quem nos governa. A falta de reconhecimento do mérito alheio é, presentemente, paradigma nacional, não sendo infelizmente apanágio nem exclusivo de determinada matriz política; ela é determinada pela falta de categoria e de capacidade de algumas figuras que são investidas do poder e que avaliam os seus colaboradores pela sua própria trama moral e intelectual. Infelizmente em muitas instituições nacionais, algumas até privadas, apesar de ligadas à cultura, esta prática é ainda decorrente. O Dr. Luís Raposo, que ao longo dos anos tenho seguido de perto e de longe, tem mantido, com os pouquíssimos meios ao seu dispor, uma instituição com vida, apelativa e aberta à cultura, à população e aos investigadores. Ainda recentemente, agarrando com ambas as mãos a oferta graciosamente disponibilizada, e que outras instituições de cultura nacionais haviam liminarmente recusado, e refiro-me concretamente à utilização da Tomografia Axial Computorizada, pô-la ao serviço da arqueologia e da história, para que mais se conhecesse sobre a colecção egípcia que se encontra à guarda do Museu Nacional de Arqueologia, iniciativa que é entre nós pioneira e para a qual não existia obviamente a necessária verba. É contra este tipo de arbitrariedades que os arqueólogos em particular e os cidadãos em geral se devem unir, cerrando fileiras na defesa e na valorização dos Homens que são capazes de produzir obra com o seu trabalho, entrega e exemplo. F.E. Rodrigues Ferreira |
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