[Archport] Supervisão.
Não dirijo esta a alguém singular. Dirijo-a à honra dos arqueólogos, caso a haja.
Ciclicamente e agora desde há dois meses, as minhas intervenções neste ''forum'' estão sujeitas a supervisão e filtragem, geramente rejeitadas.
Num período de agravamento a´te à obscenidade do enquadramento institucional em que a arqueologia ficou irremediavelmente ''agrilhoada'', como de resto era previsível e eu previ, perdoem a perspectiva singular, não posso deixar d sentir o imperativo de me pronunciar sobre o que se passa.
Está agora em causa a continuidade de um modelo com os mesmos protagonistas, embora tenham retirado da boca de cena aquele em que s polarizou o papel de resistência e denúncia, com propriedade ou sem ela, era esse o itinerário de interrogação que agora me sinto compelido a cumprir.
A minha exclusão deste ''forum'' alega sempre argumentos fictícios. Que não sou arqueólogo, o ''caso'' BPN, que só passa entre ''papalvos'' que devoram jornais, ''etcetera'' e tal....
Mas todos sabem, no íntimo das suas consciências, que o motivo do meu ''ostracismo'' foi o questionar, desde há trinta anos, a validade, a coerência e os riscos do modelo de sustentabilidade vigent da arqueologia.
Muitos aceitaram o meu ''ostracismo'' por pensarem que as questões que colocava poderiam pôr em risco a sua sobrevivência como ''profissionais'' da arqueologia. Espero agora que tenham concluído que estavam equivocados. Espero que os empresários da arqueologia também o tenham compreendido.
Recusar-me-ei a continuar a intervir neste ''forum'' no contexto da vigilância que sobre mim recai e sob a alçada da censura.
Sei que prosseguirei a minha denúncia. Não gostaria de ter que, no decurso dela, ter que considerar este ''forum'', ou ''mailing list'', denominação sempre alegada quando se quer omitir que é um ''forum'', como um dispositivo da ''máquina''.
À vossa consideração.
Não há motivo mais forte do que o medo para pretender amedrontar.
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Manuel de Castro Nunes