O Templo romano de Évora está, pela primeira vez, a ser alvo de uma análise estrutural, com novos equipamentos do século XXI, para diagnosticar o seu estado e propor planos de reabilitação e conservação.
[O trabalho está a cargo da Universidade do Minho (UMinho), no âmbito de um mestrado europeu em Análise Estrutural de Construções Históricas, e resulta de uma parceria com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) e o município de Évora. "O templo tem sido estudado de vários pontos de vista, sobretudo o arqueológico e o da história da arquitetura", mas "esta é a primeira vez que se faz uma análise desta natureza", adiantou hoje à Agência Lusa o arqueólogo Rafael Alfenim, da DRCAlen. A investigação, disse, é "fundamental" para um "bom diagnóstico" sobre o estado do templo, "em termos de conservação e da estabilidade da estrutura", para se poder "atuar um dia, caso seja necessário, ou prevenir eventuais situações de risco existentes no momento". O Templo Romano, do século I depois de Cristo (d.C.), único no país e um dos mais notáveis da Península Ibérica, é um dos casos de estudo do mestrado coordenado pela UMinho, que envolve outras três universidades, de Espanha, Itália e República Checa. Cinco alunos estrangeiros, em conjunto com investigadores da universidade portuguesa, terminaram hoje dois dias de recolha de dados em Évora. A equipa, explicou à Lusa Daniel Oliveira, docente na UMinho e um dos responsáveis pelo mestrado, analisou as propriedades da estrutura, com recurso a equipamentos sofisticados, para diagnosticar o seu estado, nomeadamente em caso de risco sísmico. "Estivemos a fazer três tipos de ensaios não destrutivos", como a identificação dinâmica, para "medir as micro-vibrações da estrutura", e a análise por ultrassons, para "perceber que tipo de rocha" dá corpo ao Monumento Nacional. Além disso, foi utilizado um geo-radar que, através de ondas eletromagnéticas, faz uma espécie de "radiografia" ao interior da rocha, para "perceber se há ligações entre os diversos tambores", o que, confirmaram, não existe. Todos os dados obtidos pelos investigadores vão, seguidamente, incorporar modelos computorizados, para se ter a "segurança de que representam a realidade", referiu. "A partir daí, o objetivo será fazer o diagnóstico para perceber se o templo estará seguro", sobretudo em caso de sismo, frisou Daniel Oliveira, admitindo desde já a hipótese de que num episódio sísmico "moderado a intenso" o monumento "não esteja seguro". O objetivo seguinte dos alunos, que devem terminar o trabalho até final de março, será "propor medidas de intervenção para preservar a segurança" do Templo Romano. "Nós pensamos sempre que estas estruturas, por existirem há vários séculos, são eternas", mas "são como nós", porque "nascem, crescem e morrem", servindo este tipo de análises estruturais para que "se mantenham em saúde o máximo de tempo possível", afiançou.] Fonte: RTP .-- Saúde e fraternidade,
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