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Re: [Archport] Nem quero crer!

To :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] Nem quero crer!
From :   joão pereira <trainzeiro@gmail.com>
Date :   Thu, 2 Feb 2012 11:17:17 +0000

Caros,

Um coisa são os devaneios de Canavilhas, que como pertencente à classe política deve-se dar o desconto referido por Camilo Castelo Branco ...

Outra coisa é o problema da arqueologia profissional.
Este coisa do chamado mercado liberal transformou a arqueologia quase beata da universidades para um outro tipo de arqueologia, a do negócio.
É provável que tenha ganho alguma coisa com isso (a mercantilização da arqueologia) embora a minha cnta bancária esteja sempre a zeros no fim do mês (só tenho uma pois). Ou seja, não ganhei quase nada com o isso.

Mas continuando, se virmos bem, a situação da arqueologia empresarial não se esgota somente na falência do mercado das obras públicas.
Existem três marcos importantes para a História da Arqueologia Portuguesa (acham piroso pôr maiúsculas ainda?!):
- as universidades começaram a despejar arqueólogos à tripa forra, qual máquina de arrotar tipo "Ídolos" ...
- o problema de Foz Côa fez disparar o desejo de ser arqueólogo, ainda com mais sucesso que os filmes de Indiana Jones ...
- a albufeira de Alqueva criou uma necessidade muito forte de arqueólogos e técnocos de arqueologia e o fim dessa necessidade iria provocar um excesso de mão-de-obra cujo mercado não conseguiria absorver por certo.

Mais razões haverá ... uma delas, e talvez a mais importante, é a mercantilização das pessoas, dando uma valor cada vez menor às pessoas em favor de objectivos, de ideias, de preconceitos e de "cassetes", desta vez, e em vez de vermelhas, têm a cor do dinheiro.

JPereira




No dia 1 de Fevereiro de 2012 18:23, Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com> escreveu:
Acabo de ler o documento divulgado pelo Car Amigo José d'Encarnação, emanado pelo Grupo Parlamentar do PS na AR.
Que a hipocrisia atinja tal cúmulo é simplesmente obsceno. A ex-ministra Gabriela Canavilhas. Mas então não são os esbirros que a serviram quem continua fazer o trabalho doméstico? Ainda me recordo das suas gargalhadas, a propósito da exoneração de Luis Raposo, caso não cumprisse, no prazo estabelecido, as suas ordens.
Perdoem-me. Tornou-se moda dizer que a verdade é relativa. Para mim é relativa para quem a oculta.
Masserveesta também para alertar de novo aqueles que procuram, já em desespero, uma nova solução para o enquadramento profissional dos arqueólogos.
A EDIFER anunciou ontem a iminência de falência. Sem obras e sem empresas de construção civil, de que irão viver as empresas de arqueologia, que possam partilhar com os arqueólogos?
E ninguém interpela a entidade responsável, que agora já não se sabe qual seja, sobre qual foi o cúmulo do valor arrecadado pelo ''cheque de obra''. E em que foi aplicado esse dinheiro.
Manuel

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Manuel de Castro Nunes

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