[Archport] Sabor.

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Vou lendo o itinerário de intervenções de Manuel Dias e as respectivas respostas e consultando toda a informação disponível sobre o assunto e fico baralhado, sem conseguir fazer um juízo.

Continuo a pensar que estaquestão é crucial, para suscitar uma reflexão que conduza de vez a encarara realidade. E reavaliar o estatuto da arqueologia e dos arqueólogos, precavendo o seu futuro.

Acabo de ler num artigo:

O património vai ser submerso, mas Maria de Jesus Sanches, consultora da EDP e professora da Universidade do Porto, garantiu que o património vai ser selado e preservado para a posteridade. Neste caso, e apesar de o sítio ser conhecido, as descobertas foram possíveis graças à obra de construção da barragem. O Plano de Salvaguarda prevê a reserva arqueológica. “Os locais ser escavados de forma suficiente ao conhecimento que queremos agora, mas não na totalidade para que no futuro se possa encontrar um sítio não exaurido”, esclareceu.

 

21 de Janeiro de 2012.

 

Entretanto vejo estas imagens:

 

http://www.youtube.com/watch?v=j0n3sI6UaQQ

 

E vejo esta reportagem de 2008, em que é óbvio que os ambientalistas já tinham avaliado os desastrosos danos que seriam causados.

 

http://www.youtube.com/watch?v=4pboewwR2fA

 

Mau grado este itinerário, a arqueologia consegue, por mercê da hecatombe ambiental, ‘’descobrir’’ uns vestígios que estavam escondidos no ventre da terra.

 

E agora faz-se muito segredo sobre os responsáveis pela intervenção, que deixam os arqueólogos sem salários.

 

Vão desculpar-me, mas se não fosse caricato, uma verdadeira tragi-comédia, isto seria o cúmulo do paradoxo, kafkiano.

 

Por obséquio, expliquem lá o que de facto se passa no Sabor, antes de a revolta eclodir. Eu também quero lá estar.

 

Perdoe, Manuel Dias. Não me vai deixar apeado, num glorioso momento. Talvez o derradeiro, porque a idade não me consentirá outra oportunidade.

 

Abraço.

 

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Manuel de Castro Nunes