Como o tema dos corpos, das cabeças, dos meios corpos, corpos sem cabeças e cabeças sem corpos se transformou, penso eu, que sou tolo, se tornou num aliciante de almanaque para animar o pessoal, não resisto a narrar um episódio relevante no itinerário do conhecimento da matéria referente às cabeças da Ilha de Páscoa. O episódio é tão mais relevante, quanto envolve uma carismática figura, com corpo e muito boa cabeça, da cidade de Évora, que muitos arqueólogos conhecem, o Beato Salu.
Bem, por identidade de carácter, todos os tontos e loucos sentem uma grande atracção por mim. Não consigo ir a lado algum, que não junte em meu redor meia dúzia de parvos. Foi o caso do Beato Salu. Sempre que me via ao longe, estugava o passo e lá vinha, com as suas astúcias. Num instante transformou-se no meu psicoterapeuta.
Então houve um período em que o Beato Salu descobriu as cabeças. Nem toda a gente sabe tudo à nascença. Andava fascinado. Seriam ou não extra-terrestres. Logo entrou num peculiar itinerário especulativo. Mas astutamente metafórico.
Era assim:
Numa era em que os deuses se zangaram, entraram em contenda com o que tinham à mão. Desataram à calhoada. Uns de um lado, outros do outro. Deu-se o caso que os deuses mais perfeitos se encontravam do lado de cá. Por isso as cabeças da Ilha de Páscoa lá foram parar. Atenção, isto passava-se em mil novecentos e oitenta e troca o passo. Ainda não se conheciam bem os corpos.
Os deuses mais ‘’atrasados’’ residiam do lado de lá. Semearam o lado de cá de menhires. Ora… está-se mesmo a ver, não é? Uma vez que os menhires são fálicos, a grande questão do Beato Salu era saber se representavam o corpo, a cabeça, ou ambas as partes numa só peça monolítica.
Bem… perdoem as senhoras. Mas também toda a gente sabe que os menhires são fálicos.
Para o Beato Salu, ainda estava fora de questão que pudessem aparecer cabeças com meios corpos.
Uma conversa com o Beato Salu fazia-me sempre muito bem à cabeça. Saía de lá com as ideias arejadas.
Passando a matéria séria, referindo de novo o Alexandre Monteiro, são as obras viárias que continuam a dar matéria para os arqueólogos se ocuparem. Isso sim. Isso é que faz mal à cabeça. Será que na Ilha de Páscoa andaram a rasgar uma auto-estrada?
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