[Archport] Greve Geral.
Claro que os arquólogos não vão todos aderir à Greve Geral.
A arqueologia, como profissão, é uma estrutura vertical estratificada. Reúne arqueólogos patrões e assalariados. Não é de esperar que os patrões façam greve.
A Greve Geral de amanhã foi convocada por uma central sindical. Certo. Mas não passa a ser propriedade sua, nem pode por isso excluir ninguém.
Eu não sou um profissional da arqueologia. Nem sou filiado na CGTP, nem no PCP.
Mas vou estar na rua com os grevistas e outros que lá se ajuntarem.
Não vou estar apenas a reivindicar melhores condições de trabalho para os profissionais arqueólogos. Vou estar como indignado e revoltado contra a obscenidade em que se transformou a minha pátria.
Eu tenho sessenta e um anos. Não sei ainda quem convocou o movimento de Maio de 1968. Mas eu estava lá.
Por isso, pouco me interessa quem convocou a Greve Geral.
Em aditamento ao comentário histórico de Rui Costa Pinto, uma observação: Há um ano atrás, muitos dos que agora se opõem à greve, pretendiam juntar um milhão na Avenida da Liberdade. O que mudou? Apenas a cor do dinheiro.
Abraço! E em frente, Companheiros.
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Manuel de Castro Nunes