Olá a todos
Não sou aluna de arqueologia, nem
sequer da Nova. Estudo Comunicação Social, mas estou relacionada com a arqueologia pelo lado familiar. Um dos meus irmãos estuda na Universidade de Lisboa. Consultei este fórum devido à sua insistência em que visse o que se passava com a arqueologia na FCSH. Li atentamente todas as mensagens e já oscilei entre a total estupefação e gargalhadas.
A arqueologia na FCSH é uma Secret Story (Casa dos Segredos) em
direto e pode ser pela minha falta de ter mais que fazer mas isto merece
o meu interesse, até porque foi a profissão que o meu irmão escolheu e porque acredito que espelha o que se deve passar
nas outras universidades. Numa palavra muita em voga: CORRUPÇÃO. Se procurarem na wikipédia o termo diz-nos: "é o uso das competências legisladas por funcionários do governo (neste caso a Universidade) para fins privados ilegítimos". No fim desta história
ninguém, exceto os que "venderam a alma", sai a ganhar e a arqueologia na FCSH é motivo de riso do país
inteiro, arriscando-se a perder alunos em detrimento das outras
Universidades.
Mas primeiro os concorrentes (informações retiradas do Google, site da
Universidade, site do Centro de História de Além-Mar (CHAM) e site do
Instituto de Arqueologia e Paleociências (IAP), bem como das inúmeras
conversas que aqui decorreram:
João Paulo Oliveira e Costa: Professor
Catedrático em História, doutorado em História moderna, Diretor do
Departamento de História, Diretor do Centro de História de Além-Mar,
romancista, coordenador ilegal da licenciatura de Arqueologia. Foi
orientador da tese de Doutoramento de André Teixeira e dá para perceber que é o "Padrinho" do Departamento de História.
Maria Helena Trindade Lopes: Professora
Catedrática de História, Egiptologista, romancista, coordenadora ilegal
do mestrado em Arqueologia.
Mário Varela Gomes: Professor de
Arqueologia Pré-Histórica, doutorado em Arqueologia, Arquiteto,
coordenador exonerado ilegalmente do mestrado em Arqueologia por ter
escrito uma carta onde se revolta contra os júris ilegais de diversas
provas de doutoramento e concursos públicos em Arqueologia por aqueles
não possuírem doutorados em Arqueologia.
Rosa Varela Gomes: Professor de Arqueologia Medieval Muçulmana e Arqueologia Moderna, doutorada em Arqueologia, coordenadora exonerada ilegalmente
da licenciatura em Arqueologia por ter escrito uma carta onde se revolta
contra os júris ilegais de diversas provas de doutoramento e concursos
públicos em Arqueologia por aqueles ou não possuírem doutorados em
Arqueologia. Diretora do Instituto de Arqueologia e Paleociências.
Catarina
Tente: Professora de Arqueologia Medieval Cristã e Materiais
Arqueológicos, doutorada em Arqueologia, membro integrado e sub-directora
do Instituto de Arqueologia e Paleociências. Assistente de coordenador
da licenciatura em Arqueologia, cargo sem qualquer validade legal. Recentemente foi aberto concurso para si
como Professora Auxiliar de Arqueologia Medieval, embora ilegal, visto
que os concursos são públicos e não devem ser dirigidos a uma única
pessoa e ainda por o número de doutorados em arqueologia ser menor que
os em História.
Adriaan de Man: Professor de História da Antiguidade Clássica e de Arqueologia Tardo-romana suevo-visigótica. Estava presente na reunião onde foram anunciadas as exonerações de Mário Varela Gomes e Rosa Varela Gomes de coordenadores da licenciatura e mestrado em Arqueologia na FCSH.
André Teixeira: Professor de Arqueologia Colonial e Arqueologia
Militar,
doutorado em História Moderna, membro integrado e dirige uma linha de
Investigação no Centro de História de Além Mar . Recentemente foi aberto
concurso para si como Professor
Auxiliar de Arqueologia Moderna, embora ilegal, visto que os concursos
são públicos e não devem ser dirigidos a uma única pessoa e por não
haver um único doutorado em Arqueologia no júri. Inicialmente o seu nome é apenas focado pois foi durante a sua aula que os alunos são informados das exoneração de Mário e Varela Gomes, mas é novamente mencionado no mail de Romão Ramos que o defende de um ataque que não aconteceu. Segundo mail de outro dos
intervenientes (Alexandre Monteiro) não possui quaisquer conhecimentos
sobre arqueologia subaquática ou naval, mas no site do CHAM ficamos a saber que se encontra a coordenar pelo
menos três teses sobre esta temática: José António Bettencourt, Tiago Conde Fraga e Patrícia
Sanches de Carvalho, entre outros, todos
bolseiros da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Um aluno anónimo
relativamente ao CHAM refere "que fica-se com a ideia de que jorra dinheiro por alguma parede daquela universidade". Deve ser a única no país certamente.
Jorge Custódio: Professor de Arqueologia Industrial, assistente do coordenador do Mestrado em Arqueologia, cargo sem qualquer validade legal. Estava presente na
reunião onde foram anunciadas as exonerações de Mário Varela Gomes e
Rosa Varela Gomes de coordenadores da licenciatura e mestrado em
Arqueologia na FCSH.
Alunos preocupados: uns anónimos outros com coragem de dar a cara. É devido a eles que começa esta discussão pública pois sentem-se preocupados como o facto de um professor de História poder coordenar a licenciatura em Arqueologia.
Alunos despreocupados: 44 alunos ignoram o verdadeiro problema e
partem em defesa de professores que nunca foram acusados de serem maus
professores, mas sim de ocuparem lugares ilegalmente. São peões num jogo
de xadrez como alguns se auto-intitulam e foram claramente
influenciados a escrever em defesa dos seus professores, sabe-se lá em
troca de quê.
Os factos
Um aluno anónimo manda um mail para esta lista
de discussão preocupado com o facto de a licenciatura em Arqueologia na
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas estar a ser coordenada por
Historiadores e não por Arqueólogos como devia ser, pois foram
exonerados os coordenadores. Pergunta-se como pode um professor de
História, que nunca agarrou num pico, coordenar uma licenciatura em
Arqueologia. A razão da exoneração? Mário Varela Gomes e Rosa Varela Gomes (suponho que cônjuges) escrevem
uma carta à Faculdade na qual se opõem à realização de provas de
doutoramento e concursos públicos onde não estão presentes doutorados em
Arqueologia. Note-se que nunca foi mencionado que não estavam presentes
arqueólogos, mas sim doutorados em Arqueologia. O denominador comum
desses doutoramentos é André Teixeira orientador dos quatro alunos
mencionados, embora doutorado em História Moderna.
Em vez de tentar corrigir a situação, acabando com as ilegalidades, o
diretor do Departamento (talvez por ter sido orientador do doutoramento
de André Teixeira e claramente por ser seu amigo - mail de Gonçalo
Amaro) decide exonerar Mário e Rosa Varela Gomes. O seu lugar é ocupado
por João Paulo Oliveira e Costa e Maria Helena Trindade Lopes assistidos
por dois professores de Arqueologia. Muitos se perguntam porque não
ocuparam aqueles professores efetivamente os cargos de coordenadores. A
resposta chega por parte de um aluno anónimo que percebe o erro que fez
depois de ser acusado de "liquificação mental" por um seu colega (Dário
Neves). Não ocupam aquele cargo porque não são professores do quadro na
Faculdade, situação que será em breve resolvida pois André Teixeira e
Catarina Tente certamente ganharam os concursos que para si foram
abertos (outra coisa é que não seria de estranhar) aos quais Mário Varela
Gomes e Rosa Varela Gomes se opuseram devido ao facto de o júri ser
composto por doutorados em História Moderna e não por doutorados em Arqueologia, situação que
consideram ilegal.
João Paulo Oliveira e Costa e Catarina Tente surgem num mail informando
que são o coordenador e "coordenador adjunto" da licenciatura em
Arqueologia, mas esquecem de referir até que ponto isso é legal.
Mário
Varela Gomes escreve um mail no qual explica porque foi exonerado
acreditando inclusive que o "aluno preocupado" é uma conspiração contra
si. Seguem-se as mensagens de apoio. Ninguém refuta o seu mail, pois não
existem argumentos legais para o fazer. João Paulo Oliveira e Costa e
Catarina Tente, comprometidos, não avançam com uma resposta. Um aluno
considera legítimo o seu afastamento e defende os professores da FCSH.
Alguém percebe que foi instrumentalizado e manda-o comer lentilhas. Um
grupo de 43 alunos parte em defesa dos seus professores. Um outro aluno
esclarece muito bem o que se passa na FCSH. Um deles arrepende-se e
informa a comunidade arqueológica das ilegalidades que se passam e
afinal tudo se irá resolver a partir do momento em que Catarina Tente e
André Teixeira se tornem no novo casal da Arqueologia na Nova. Entram
nos quadros da faculdade e a partir daí ganham a legitimidade para fazer
o que quiserem. A FCSH é acusada de clientelismo dentro do Departamento
de História, onde não se entra por mérito, mas por compadrio... são as
Universidades que temos.
Vários tentam terminar a discussão, outros defendem que deve ser pública.
Alegações finais
Passada uma semana do início dos problemas a comunidade arqueológica em Portugal, ao exemplo do meu irmão, acompanha os acontecimentos dentro da casa (FCSH), cujo canal de informação é a Archport. Torna-se dos assuntos mais badalados. Poucos são os intervenientes apesar de se saber que a lista conta com cerca de 2000 visualizadores... ninguém se quer comprometer.
João Paulo Oliveira e Costa, Catarina Tente, Maria Helena Trindade Lopes e Jorge Custódio são acusados de ilegalidades, mas nada avançam em sua defesa.
A discussão esmorece e acaba por cair no esquecimento. Catarina Tente e André Teixeira ganham os
concursos, entram nos quadros da faculdade onde ficam até à idade da reforma.
Os alunos conformam-se que os seus professores ali estejam por clientelismo e não por mérito. Desde que não os afete tudo bem.
A corrupção está instalada na FCSH, ninguém faz nada contra e vivem todos felizes para sempre.
Ana Mateus