Boa tarde:
Lamento voltar a um assunto aparentemente encerrado no contexto desta lista mas, porque estive fora do país em gozo de férias, só agora tenho possibilidade de lhe dar atenção. Não quero deixar de o fazer pelo respeito que me merecem as pessoas mais directamente envolvidas, todos(as) os(as) que entretanto se manifestaram sobre o tema e, em geral, os(as) subscritores(as) da Archport.
A questão prende-se com crónica de Mário Varela Gomes na Al-Madan 17, a propósito da exposição “Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no Ocidente”, comissariada por Santiago Macias, num texto de opinião que justificou a legítima resposta deste último e outras mensagens sobre o direito ao contraditório nas páginas da revista.
Com a humildade, a abertura de espírito e o sentido de autocrítica indispensáveis para ouvir, analisar e adaptar critérios e procedimentos sempre que justificado, e assumindo na sua plenitude as responsabilidades pelos aspectos mais positivos ou menos conseguidos do modelo editorial da Al-Madan, gostaria de recordar ainda assim algumas questões.
Em primeiro lugar, nem a direcção da revista nem o Centro de Arqueologia de Almada são responsáveis pelo conteúdo das opiniões publicadas, nem essa publicação significa algum tipo de concordância ou discordância com as mesmas.
Por outro lado, a direcção da revista, pontualmente com consulta ao Conselho Científico, procede a uma revisão editorial cuidada dos textos recebidos, não só para ultrapassar erros, lapsos e omissões frequentes, mas também para despistar situações que ultrapassem os limites do diálogo científico, ético ou deontológico, sendo já várias as situações onde se evitaram referências deslocadas ou lesivas da honra pessoal ou profissional de alguém.
Em terceiro lugar, esta avaliação preliminar decorre e decorrerá sempre no plano de alguma subjectividade, considerando a ambiguidade da fronteira e a diferença de critérios pessoais entre o que deve e não deve ser admissível, e o equilíbrio necessário para que não cair noutro extremo perfeitamente intolerável: o da censura prévia de ideias e opiniões ou do modo como estas se expressam.
Por fim, identificadas situações do género da que agora se levanta, a Al-Madan sempre garantiu tratamento isento, imparcial e equitativo de todas as perspectivas em confronto, quer nas páginas impressas, quer através do sítio da revista na Internet.
Dito isto, naturalmente, a questão agora reavivada com a Al-Madan 17 integrará o processo de discussão e diálogo entre a direcção, a redacção e o Conselho Científico da revista, com os ajustamentos futuros que daí decorram, no contexto da avaliação e evolução permanente de que este projecto editorial, creio, tem dado provas nos últimos 30 anos. Estão também já encetados contactos com Santiago Macias, no sentido de lhe assegurar o direito de resposta nos termos mais adequados.
Não querendo maçar demasiado os leitores desta lista, e ainda a propósito da Al-Madan 17, permitam-me um curto desabafo, para lamentar que, tirando raros casos pontuais, na Archport ou por qualquer outra via, tenha sido apenas este o assunto a provocar reacções à saída da Al-Madan 17. Nem a ausência da revista durante cerca de 3 anos, nem a sua retoma recente, transformada tanto na edição impressa quanto na edição digital, pareceram preocupar ou motivar quem se move no meio arqueológico português a expressar o que pensa do caminho que vimos percorrendo, tanto nos aspectos positivos como nos menos conseguidos ou mesmo negativos.
Não é propriamente um incentivo para o grande esforço pessoal e institucional que representa manter a Al-Madan de pé.
Cumprimentos.
Jorge Raposo
Centro de Arqueologia de Almada
Apartado EC 603 Pragal
2801-601 Almada
Tel. / Fax: 212 766 975
Telm.: 96 735 48 18
E-mail: director.almadan@gmail.com
Al-Madan Online em http://www.almadan.publ.pt
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