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Re: [Archport] Detectorismo em Inglaterra: a lei, as regras e a atenta intervenção policial

Subject :   Re: [Archport] Detectorismo em Inglaterra: a lei, as regras e a atenta intervenção policial
From :   NOSTRAE SPES VNICA <nostrae.spes@gmail.com>
Date :   Thu, 6 Sep 2012 02:22:09 +0100

Professor Fabião, desculpe, o texto introduz vários conceitos chave:

«...‘nighthawking’...»
«...illegally using metal detectors...»
«...illegal metal detecting...»
«...people who legitimately enjoy metal detecting with the permission
of land owner...»
«...there are a small minority who persist in operating outside the law...»

Fala-se aqui de uma minoria de invasores de propriedade privada que
usa ferramentas comuns aos detectoristas, mas ao invés não cumprem as
regras do jogo. Se pegar num martelo e matar alguém, todos os
carpinteiros são assassinos? Mas chega de Inglaterra, o que interessa
é Portugal.
A crítica fácil provém de pessoas que nada sabem sobre o assunto,
sendo o seu principal objetivo denegrir o detectorismo enquanto
desporto de massas, praticado por milhões de pessoas em todo o mundo.
A verdade é que oficialmente, pouco se fez para incentivar as pessoas
a revelarem os seus achados, o ruído proporcionado por algumas figuras
influentes impede até os colegas de se revelarem, um caso parecido com
o da homossexualidade. Alguns museus aceitam doações de detectoristas,
mas de cara tapada, vai-se escrevendo direito por linhas tortas graças
á intervenção de jovens arqueólogos, seres humanos que entendem melhor
o mundo e que vão ajudando o detectorismo como podem. A todos eles
presto a minha homenagem!
Falando dos objetos que tanta confusão fazem a alguns, sem dúvida o
maior criminoso é o estado de português, aquela aberração que tem
lugar de destaque no MNA, não passa de um roubo ao povo egípcio, temos
também para exemplo os objetos comprados pelo vosso patrono, Leite
Vasconcelos. Aliás, basta consultar o matriznet para ver a quantidade
de objetos de proveniência desconhecida que ali constam nos acervos
dos maiores museus nacionais. Não critico a descontextualização nem os
objectos que os museus compram, apenas acho que devia haver coerência.
Para estudar é preciso colecionar e a arqueologia nacional não é mais
do que um grupo elitistas de pessoas que estudam a coleção móvel e
imóvel pertencente ou ADQUIRIDA pelo estado português ou por privados,
de salutar o MNA por ter colocado em exposição ultimamente algumas
peças de colecções privadas. Os jovens arqueólogos nascem
profissionalmente com as pernas cortadas, a colaboração entre todos
seria também uma forma de criar mais emprego e proporcionar a prática
em contexto de escavação e interpretação. Infelizmente jovens, isso
não tem interesse para quem está instalado, irão continuar a ser
escravos das empresas de arqueologia, pagos a recibos verdes e sem
qualquer oportunidade de um dia entrar nos quadros estatais ou de
publicar o quer que seja com interesse científico.
Esta problemática lembra-me o burro do meu avô, o que o animal mais
gostava era de marmelos. Na época dos marmelos, a partir de Setembro
quando já não era praticamente preciso, trabalhava que se fartava, no
resto do ano, zurrava porque a palha não lhe agradava. Por amor de
Deus, deixai a inércia tão característica deste país e ide trabalhar
na criação de um projeto digno de detectorismo a nível nacional!
Porque não aproveitar a data, começando  com algo simples, tal como
convidarem a comunidade detectorista para prospetar os locais da
guerra peninsular? Sempre se trazem umas toneladas de balas de
mosquete, pelo meio descobrem-se uns sítios romanos, bebe-se bom vinho
e come-se uns queijinhos da zona, faz-se umas caminhadas para esticar
as pernas aos sedentários de Lisboa e no fim todos compreendem o valor
dos seus irmãos. Podia abrir-se o projeto com um workshop de
arqueologia para detectoristas ministrado por um arqueólogo,
seguindo-se um workshop de detectorismo para arqueólogos ministrado
por um detectorista.

P.S. Ao professor Fabião responderei sempre com o maior respeito, pelo
que já publicou é um dos meus heróis, os estudos que fez sobre
arqueologia romana são imprescindíveis na biblioteca de qualquer
detectorista. Sei que é pessoa de bem! Infelizmente nunca poderei
concordar com as opiniões do professor acerca deste assunto, por achar
que tendem a ser repressivas e desadequadas à época em que vivemos.
Professor deixo-lhe algo que após alguma reflexão lhe poderá trazer
luz, alguém escreveu que gostaria de «desinventar» a pólvora, a
solução que lhe proponho é simples, «desinvente» o transístor!
Sinceramente se estivesse na sua posição, não queria ser lembrado como
um dos opressores da evolução, saberá certamente melhor do que eu, o
que aconteceu aos opressores ao longo da história e o que fica acerca
da sua memória, daqui a 30 anos será lembrado como a figura de proa
que queria impedir a evolução e acabar com o detectorismo em Portugal.
Infelizmente existem pessoas que quanto mais oprimidas, pior, não
sonham sequer o dano que as leis e as opiniões que oprimem o
detectorismo fizeram. Existem pessoas sem grande capacidade de
encaixe, que ao receber estes ecos, pensam erradamente que o
detectorismo é ilegal em Portugal, revoltados e já com o equipamento
comprado, passam a temida linha. Sim! Graças à legislação dúbia e ao
pseudo-terror instalado em que fazem crer às pessoas que este desporto
é proibido em Portugal, estão a criar cada vez mais personagens que
não se importam de arriscar porque pensam que andando do lado do bem
também estão ilegais, perdido por perdido, optam infelizmente por algo
que dê mais rendimento! Resta-me dar os parabéns então aos opressores
pelo efeito «Barbara Streisand» que criaram.
Bem sei que o professor Fabião tem a consciência tranquila por pensar
que está a defender uma série de princípios basilares da sua área de
formação, é difícil vergar a opinião de quem pensa estar de
consciência tranquila mas não impossível. Um dia, por entre as
primeiras águas de Novembro, sonho «descobrir» juntamente com o
professor o maior Oppidum de Portugal.

Saúde irmãos, que a história nos proteja na vida terrena,
Spes

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