É de lamentar os altos custos financeiros da construção do museu do Côa, cerca de 20 milhões de euros.
Por outro lado, o presidente da Fundação Côa devia trabalhar no sentido de captar o investimento privado em vez de andar a reboque dos 1,4 milhões de euros por ano vindos do Governo.
O presidente da Fundação Côa Parque (FCP) disse hoje à Lusa ter ficado "surpreendido" com a notificação para a proposta de extinção deste organismo que gere o Museu do Côa e o Parque Arqueológico do Vale do Côa.
"Foi uma reação de surpresa, já que a fundação foi criada recentemente e o Governo já estava par das dificuldades e da avaliação que o Tribunal de Contas tinha feito às fundações", acrescentou Fernando Real.
O responsável destacou que o orçamento da FCP é "muito próximo" do que o IGESPAR gastava quando tutelava o museu e o parque.
"Para fazer face às despesas fixas, são necessários 1,4 milhões de euros por ano ", disse.
"Só por volta das 17.30 de hoje é que chegou a notificação à fundação", frisou.
Nos planos dos responsáveis pela fundação estavam incluídos uma série de projetos dinamizadores do território do parque arqueológico e do museu, que passavam por visitas aos principais núcleos arqueológicos espalhados por todo o vale, exposições temporárias e concertos de música, entre outras iniciativas.
A FCP foi criada por decreto-lei em junho de 2010, com o objetivo de promover a salvaguarda, conservação, investigação, divulgação e musealização da arte rupestre e demais património arqueológico, paisagístico e cultural.
A fundação tem agora dez dias para responder à notificação, situação que está a ser acautela pelos membros do Conselho de Administração da FCP para "ponderar nas razões evocadas e expor a quem de direito" a sua posição.
Passados mais de dois anos após a abertura do museu, o responsável por este espaço e ainda pelo parque do Côa, que abriu em 1996, disse haver ainda muito para fazer naquelas duas infraestruturas.
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