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Caro Pedro Serra,
Caros Colegas e Amigos,
Claro que terei muito gosto em discutir a actual conjuntura patrimonial, ou na Associação dos Arqueólogos ou em qualquer outro lugar. Julgo, porém, que, apesar de tudo, temos que transmitir uma mensagem de algum optimismo, sobretudo às novas gerações, que terão que ser mobilizadas para esta e outras causas. É claro que as pessoas estão é cada vez mais preocupadas, de novo, com questões básicas, como "trabalho, pão, saúde, habitação", que julgavamos resolvidas, mas que voltam a estar na ordem do dia. Porém, o patrimonio cultural é uma área estratégica, que não podemos descurar, sobretudo num país de fracos recursos naturais como o nosso, e se o Estado não assume as suas responsabilidades terão que ser os cidadãos a fazê-lo, tal como Possidónio da Silva e os seus companheiros fizeram há já quase 150 anos, ao fundarem a Associação dos Arquitectos Civis e Arqueólogos, em 1863, a primeira associação de defesa do património do país.
Com as melhores saudações,
José Morais Arnaud
Quoting pedro serra <pedro.c.serra@gmail.com>:
Viva José Arnaud
Igualmente de acordo com o que diz. Sempre que posso, e na medida do possível, denuncio esses atentados e sempre que tenho possibilidade, nomeadamente nas obras em que estou ligado directamente, apresentar soluções em conformidade. Porém nem sempre é fácil...parece que há um gosto preverso por fazerem as coisas mal.
abraço
Pedro Serra
Em 7 de novembro de 2012 10:42, Josi <jarnaud@sapo.pt> escreveu:
Caro Pedro Serra,
Tem toda a razão. Em mais de 40 anos de actividade neste sector também já assisti, e lutei, nem sempre com sucesso, contra inúmeros atentados ao património, cometidos pelas entidades, a nível nacional e local, que de acordo com a lei deviam ser a primeiras a proteger um bem que a todos pertence. Mas tal não é razão para que nos demitamos das nossas responsabilidades como técnicos e como cidadãos. A área do património, no actual contexto, é cada vez mais uma questão de militância cívica !
Saudações amigáveis,
José Morais Arnaud
Quoting pedro serra <pedro.c.serra@gmail.com>:
Viva José Arnaud
Já perdi a conta aos atentados contra o património que tenho visto, por ordens e conivência das instituições que o devia proteger e conservar.
Pedro Serra
(direcção de departamento de conservação e reabilitação de património arquitectónico e monumental...no sector privado, claro)
Em 7 de novembro de 2012 10:20, Josi <jarnaud@sapo.pt> escreveu:
Caro Pedro Serra,
Como é evidente, num regime democrático, por muito prevertido que seja, cabe aos políticos, sobretudo se eleitos, definir as linhas gerais de actuação política , e responder pelas mesmas perante o eleitorado, mas só o devem fazer depois de devidamente informados pelos responsáveis do respectivos serviços, e depois de ouvidos as associações e os orgãos consultivos do sector (neste caso o Conselho Nacional de Cultura, que, na área dos museus, ao contrário do que acontece na área do património arquitectónico e arqueológico, até é representativo do sector) , cabendo depois aos directores-gerais executá-las da melhor forma possível, gerindo com eficiência os recursos humanos e materiais disponíveis.
José Morais Arnaud
(responsável eleito por um museu que não depende do orçamento de Estado, e que luta diariamente pela sua subsistência)
Quoting pedro serra <pedro.c.serra@gmail.com>:
Tal como todos os outros, tenho a leve sensação de que ela irá ter como função principal meter em prática o que lhe disserem para fazer e talvez lhe arranjem um espaço para colocar me prática algumas das suas ideias.
Em 7 de novembro de 2012 09:52, Josi <jarnaud@sapo.pt> escreveu:
A recente nomeação da Dr.ª Isabel Cordeiro para a Direcção Geral do
Patrrimónio é sem dúvida uma excelente notícia para os Museus
portugueses: trata-se de uma profissional de museus com larga
experiência de gestão, em todas as áreas do universo museológico, por
vezes em condições muito difíceis, pelo que lhe desejo sinceramente o
maior sucesso para as suas novas funções, e que consiga reverter, ou
pelo menos suspender a desastrosa política seguida pelo seu antecessor
neste domínio, a qual estava a por em risco de encerramento e
desmantelamento alguns dos principais museus nacionais.Numa época de
profunda crise há que optimizar e não desbaratar os escassos recursos
humanos e materiais existentes, há que ouvir, motivar e mobilizar os
profissionais mais empenhados, há que definir estratégias consistentes
e realistas para o sector, depois de ouvidos os orgãos de consulta
existentes, as associações e outros entidades, para que os nossos
museus possam desempenhar um papel fundamental no reforço da
identidade e no desenvolvimento económico do país.
José Morais Arnaud
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