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[Archport] O Património deve ir para a Economia !!

To :   ARCHPORT <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] O Património deve ir para a Economia !!
From :   Maria Moreira Baptista de Magalhães Ramalho <mariabaptistaramalho@hotmail.com>
Date :   Thu, 22 Nov 2012 18:53:11 +0000

A jeito de BALANÇO o Dr. Elísio Summavielle (ES) ex. Presidente do IPPAR e do IGESPAR, ex. Secretário de Estado da Cultura e ex. Director da DGPC revela-nos a sua preocupação com o futuro do Património no JORNAL EXPRESSO do último fim-de-semana (em anexo) e, tal como afirmou, obrigou-me a “pensar um bocadinho ”….

 

Lembro que numa das primeiras entrevistas que deu como responsável da área do Património - Revista IMOBILIÁRIA (junho 2006) - falou da importante REFORMA que iria implementar com a extinção dos organismos IPPAR, IPA e DGEMN. Lembre-se que a sua tomada de posse como Presidente do IPPAR foi há exatamente 7 anos!

 

Quem acompanhou a sua obra ao longo destes 7 penosos anos habituou-se a ouvir falar da sua vontade em “realizar a utopia”, do “trabalho invisível”, do excesso de classificações, da vantagem do património visto como negócio, da importância da regionalização, mas também dos seus projetos mais acarinhados - a Rota das Catedrais e o Cheque Obra - projetos estes que, como se sabe, nunca chegaram a ser concluídos. Ao longo dos anos tivemos também o desprazer de o ver destruir o existente sem qualquer planeamento ou avaliação das consequências, obrigando a que se procedessem a contínuos ajustes sem que nada fosse criado de lógico em sua substituição – não se vislumbrou uma estratégia, um programa, nada, tudo soluções avulso e medidas de remedeio, acabando como começou, a lembrar os anos de “carrilhismo serôdio e passadista” sim, os anos onde de facto se construiu tudo o que ES se dispôs a  destruir – afinal o seu verdadeiro desígnio sabe-se lá porquê...

 

Se no meio deste verdadeiro tufão algo se conseguiu manter, apesar de muito debilitado, foi o sector da arqueologia isto porque ainda existe na casa um saber fazer e um compromisso com o serviço público mas também porque, nos últimos tempos (desde 2001), se tem contado com o empenho profissional e pessoal da Subdiretora entretanto nomeada.

 

Lendo este artigo/entrevista muito se pode retirar do pensamento de ES, do seu conceito de Património, onde destaco sobretudo a ideia de um Património visto como negócio, como investimento, a tábua de salvação da construção civil através da Reabilitação Urbana. Curiosamente a nova Lei da Reabilitação Urbana entrega a gestão das zonas históricas às Câmaras, retirando quase por completo, o poder de decisão às Tutelas do Património…

 

Se por cá ficasse mais uns tempos ES iria certamente continuar nesta utopia galopante e realizar mais uma revolução fantástica e original – passar tudo para a Economia !

 

Já que é ele próprio que pede “Ponham-me na Economia “ esperemos que alguém se lembre de lhe fazer a vontade !

 

 

Maria Ramalho 

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