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[Archport] A propósito do Museu da Batalha.

To :   port arch <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] A propósito do Museu da Batalha.
From :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date :   Thu, 10 Jan 2013 02:21:46 +0000

Sem, para já, antes de mais profunda análise, querer pronunciar-me mais sobre o assunto, após ler o comentário do Director do Museu de Conímbriga sobre o ''larnax'' da Batalha, noto apenas algumas precipitações do juízo.

''Quanto à iconografia, julgo saber que Cautes e Cautopates são os portadores de tochas que assistem à tauroctonia de Mitra, um com a tocha virada para cima, outro com a tocha virada para baixo, significando a vida e a morte, respectivamente. Um personagem segurando uma tocha virada para baixo foi por isso naturalmente como uma representação da morte (como no sarcófago do Valado).

Este morto, tanto quanto se pode perceber, não é um romano vestindo uma toga, é um grego vestindo um himation (como na estatueta do Rio Douro).''

Se o representado é Cautopates, não é o morto. Cautopates é representado aqui figurando a morte e não o morto! Portanto não sabemos, pela observação da figura, como se vestiria o morto.

''O que me traz à questão essencial da proveniência da peça e do material de que ela é feito. Que dados de análises geológicas tem o autor do texto para afirmar que o calcário provém das Serras de Aires e Candeeiros?

Eu só conheço os calcários portugueses de olhar para eles, mas arrisco-me a dizer: i) a pedra da urna não é calcário, é arenito; ii) não há pedra desta na Serra de Aires, nem – tanto quanto sei - no território português (talvez no Algarve!?).''


Tanto quanto é dado presumir, o ''larnax'' esteve em Conímbriga para restauro. O Virgílio H Correia Só conhece os calcários portugueses de olhar para eles. Mas no Museu de Conímbriga não há quem os conheça melhor e possa confirmar se se trata de um calcário ou um arenito? Por acaso a mim, que só conheço o ''larnax'' por fotografia, parece-me um mármore de grão fino e muito desagregável, do tipo de Carrara. Mas nunca o diria senão assim: parece-me.


Também, talvez, fosse de explicar por que razão os óbices não foram levantados no contexto do depósito do ''larnax'' no Museu de Conímbriga, para restauro.


Com a minha consideração.


Manuel de Castro Nunes.

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Manuel de Castro Nunes

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